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Dono da Dolly vira réu após denúncia aceita pela Justiça de S.Paulo

Proprietário de fábrica de refrigerantes sediada em Diadema, Laerte Codonho é acusado de sonegação, lavagem de dinheiro e fraude fiscal

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
18/08/2020 | 00:40
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A Justiça aceitou ontem a denúncia oferecida pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) e tornou réu o dono da fábrica de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, sediada em Diadema. O empresário é acusado de sonegação, lavagem de dinheiro e fraude fiscal. Além dele, outras 19 pessoas envolvidas com a companhia se tornaram rés no mesmo processo. Todos têm o prazo de dez dias para responder à acusação.

Segundo site da PGE (Procuradoria Geral do Estado de São Paulo), a dívida ativa das empresas que integram o grupo soma cerca de R$ 4 bilhões em impostos.

Questionada, a defesa do dono da Dolly informou que Codonho “nega taxativamente as acusações infundadas apresentadas pelo Ministério Público”. “Não existe qualquer dívida executável do grupo Dolly com o Fisco que motive uma ação penal, o que é público e de conhecimento dos procuradores. A acusação é fruto de uma perseguição que o empresário vem sofrendo há tempos e que já denunciou, inclusive. Laerte Codonho confia no Judiciário certo de que, ao final, ficarão comprovados sua inocência e a perseguição por ele sofrida.”

SEM RESCISÃO

Em junho, o Diário publicou que cerca de 700 ex-funcionários que foram demitidos há dois anos ainda não receberam suas verbas rescisórias. A empresa tem fábrica em Diadema e centro de distribuição em São Bernardo.
Os desligamentos aconteceram em junho de 2018, praticamente 30 dias após a prisão temporária do empresário, para que ele não impedisse as investigações. Após oito dias, Codonho foi solto. Na ocasião, inclusive, dois helicópteros foram apreendidos em São Bernardo, e quatro carros de luxo, em Cotia. Na mansão de Codonho também foi apreendido dinheiro em espécie, incluindo notas de real, dólar americano, euro e libra esterlina.

Um ex-trabalhador, que pediu sigilo e prestou serviços por sete anos para a empresa, contou ao Diário que dois anos depois da demissão nenhum esclarecimento por parte da companhia foi dado e que até então não existia uma previsão de quando iriam ver “a cor do dinheiro”.

Em junho, a fabricante encaminhou nota dizendo que as empresas encontravam-se em processo de recuperação judicial, “sendo certo que cumprem e cumprirão todas as determinações legais”. “Todos os credores da Dolly terão seus créditos satisfeitos em momento oportuno a ser definido pelo curso do procedimento recuperacional.” Em março do ano passado, a companhia já estava em processo de recuperação judicial. 




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