Política Titulo Desentendimento
Volpi: desligamento da coordenação regional do PV
Cynthia Tavares
Especial para o Diário
10/11/2011 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


 

O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), não quer mais ser dirigente do PV no Grande ABC. O chefe do Executivo encaminhou carta à executiva estadual pedindo seu desligamento da função.

A gota d'água para o rompimento foi briga com a presidente da coordenação regional, Vera Motta. O motivo da troca de farpas foi reunião de Volpi com pessoas ligadas ao ex-presidente estadual do PV Mauricio Brusadin. Ele é um dos principais articuladores do movimento suprapartidário encabeçado pela ex-senadora Marina Silva (ex-PV).

De acordo com fontes ouvidas pelo Diário, a coordenadora foi enfática ao cobrar postura do prefeito. Vera também não teria deixado por menos os indícios de que o PV ficará apenas com a posição de vice na chapa majoritária governista de Ribeirão Pires em 2012. Aliás, essa não é a primeira vez que eles discutem de maneira séria por conta da corrida pela sucessão na cidade. Em julho, Vera e Volpi se desentenderam durante reunião no gabinete do prefeito. Na época, o chefe do Executivo já dava sinais do seu descontentamento com as cobranças da coordenação regional. "Acho que (a carta) é reflexo (da discussão). Ele deve ter projeto político diferente do que o PV possui para o momento", afirmou Vera Motta.

A coordenadora defende que a legenda não pode retroceder, tendo em vista que comandou a Prefeitura por oito anos (Volpi foi eleito em 2004 e conquistou a reeleição em 2008). "Não vamos aceitar encolhimento", ressaltou. Para pessoas mais próximas, Vera tem dito que "o PV de Ribeirão Pires não se resume à figura de Volpi". A coordenadora não confirma, mas também não desmente a informação.

RUSGAS ANTIGAS

Os problemas do chefe do Executivoi com seu partido não são de hoje. Em fevereiro, parte do PV tentou emplacar o nome dele para a superintendência do Departamento de Águas e Energia Elétrica. De quebra, a renúncia da cadeira de prefeito o deixaria livre para concorrer ao pleito eleitoral de Mauá.

O verde nunca escondeu seu desejo de retornar à cidade onde iniciou sua carreira política. Entretanto, a articulação dos verdes deu errado, pois o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos - Pasta onde está o Daee -, Edson Giriboni (PV), não aceitou o nome do correligionário. Para assumir a estatal, também era necessário ser engenheiro de formação (Volpi é professor de Matemática).

Apesar da crise, Vera não acredita que a saída de Volpi é algo anunciado. "Ele é que vai tomar atitude. Tenho postura partidária. Se ele não ficar confortável é fácil: vamos dar liberdade às borboletas."

Caso opte por deixar a legenda, o prefeito já teria abrigo. O PSDB, partido no qual ajudou a fundar e foi filiado por décadas, manifestou desejo de tê-lo em seus quadros novamente. O relacionamento estreito do verde com os tucanos da ergião e do Estado é notório.

O prefeito foi procurado, mas não retornou aos contatos da equipe do Diário.




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