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Casal andreense celebra alta médica

Luiz Félix e Andréia Arruda ficaram internados no hospital de campanha em Santo André

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
28/04/2020 | 01:05
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Celso Luiz/DGABC


Dia 27 de abril se tornou uma nova data de celebração para o casal Luiz Félix Teixeira, 47, e Andréia Arruda, 45. Isso porque ontem, depois de cinco dias internada no hospital de campanha montado no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia com o novo coronavírus, a recepcionista teve alta, um dia depois dele, que é motorista de aplicativo e havia saído no domingo, em momento que foi registrado e publicado nas redes sociais do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). “Agora temos novo aniversário de casamento com a volta da minha esposa para casa”, comentou ele.

Nas 24 horas entre a alta de marido e mulher, Luiz conta que viveu momentos “angustiantes”. “Estava preocupado com ela. A parte respiratória dela estava mais grave que a minha. Ela tem diabete, a recuperação do diabético é mais demorada. Mas graças a Deus já está em casa e vamos nos recuperar”, afirmou. Aliás, além da diabete, tanto Andréia quanto Luiz são hipertensos, comorbidades que os deixa mais vulneráveis à Covid-19. “Agora vamos ficar 14 dias em isolamento em casa, sem contato com familiares”, emendou. Um filho que vive com eles assumiu os cuidados da casa e com o casal.

Apesar de internados no mesmo local, ambos ficaram separados e sem comunicação. As alas são separadas por sexo e nenhum paciente tem acesso a celular. “O pessoal da enfermagem trocava informação, falava que ela estava bem e dizia sobre mim”, agradeceu Luiz, que viu pela primeira vez a mulher quando teve alta. “Lá era isolamento total.”

Andréia, que ontem ainda apresentava bastante cansaço, usou o fôlego que tinha para agradecer aos profissionais que estão em ação no Dell’Antonia. “Imensa gratidão por aquela equipe, inteira, desde o pessoal da limpeza até o diretor do local. Sempre atenciosos com a gente. Muito amor, dedicação, carinho e respeito com todos nós ali dentro. Eles estão se doando. Isso foi muito importante na minha recuperação”, ressaltou ela.

O motorista recordou ainda os medicamentos utilizados no tratamento. “Ambos usamos azitromicina e hidroxicloroquina e ainda têm as injeções de heparina para prevenção de trombose, porque têm de ficar deitado o tempo todo ou sentado na cama, então pode dar trombose nos membros interiores ou pulmonar.”

Luiz acredita que ele tenha pegado a Covid-19 de algum passageiro e passado o vírus para a mulher. “A gente vinha se precavendo. Mas, mesmo usando máscara e tendo álcool gel no carro, tenho contato com bastante gente. E tiveram dias mais frios que não dava para ficar com os vidros abertos”, contou.

Ambos foram internados no hospital de campanha no dia 22, após passarem pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Perimetral e pelo CHM (Centro Hospitalar Municipal), onde realizaram tomografia. “Fomos os dois com tosse, falta de ar intensa, dor no corpo e cansaço”, recordou. “Mas graças a Deus agora estamos em casa e vamos nos recuperar”, declarou o motorista.

Luiz ainda revelou que conhecidos que antes duvidavam ou questionavam sobre o novo coronavírus, tiveram outra visão depois que o casal testou positivo à Covid-19. “Pessoas próximas que não estavam acreditando na doença viram o sufoco que a gente passou, mudaram a opinião, viram que é mais sério. Assim como posso dizer que o uso da hidroxicloroquina (no tratamento) é confirmado”, concluiu. 




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