Economia Titulo Semana Santa
No Grande ABC, venda de peixe para o feriado sobe até 37%

Procura pela proteína para hoje foi impactada pelo fechamento de restaurantes durante a quarentena; Craisa estima redução de 20%

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
10/04/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


 A venda de peixes em geral subiu até 37% no varejo da região ante 2019, uma vez que a quarentena instaurada em razão do novo coronavírus proíbe a abertura de restaurantes nesta Sexta-feira Santa. Enquanto a busca por pescados frescos chegou a formar fila em mercados ontem, o aumento de aproximadamente 20% no preço, segundo a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), fez os consumidores desistirem do bacalhau.

O maior percentual foi registrado pela Coop – Cooperativa de Consumo, que possui 24 unidades no Grande ABC. Além do fechamento temporário de restaurantes, o aumento é atribuído às “boas negociações com fornecedores”, que deixaram o valor dos pescados mais atrativos, e o incremento da variedade oferecida pelas lojas.

Na Ramos Frutos do Mar, em Santo André, a procura aumentou pelo menos 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, a expectativa é que o percentual cresça hoje com as compras de última hora. “Ninguém sabe o dia de amanhã, então as pessoas estão buscando os peixes com o melhor custo-benefício para não comprometer a renda”, observou o proprietário Carlos Ramos. No local, a sardinha (R$ 12 o quilo) e o cação (R$ 34 o quilo) estão entre os mais procurados.

Também contando que as vendas de hoje incrementem o percentual, o Nagumo da Vila Alzira, em Santo André, já obteve aumento de 5% nas vendas de peixes frescos neste ano em relação à Semana Santa de 2019. “O bacalhau não está sendo tão procurado, acredito que seja porque, para evitar contaminação (pelo novo coronavírus), não deixamos eles expostos para cada cliente escolher o seu, está tudo embalado. As pessoas compram com as mãos e com os olhos”, assinalou o gerente Joel Avelino.

Por outro lado, a Craisa estima que a saída de bacalhau e pescados em geral deve cair 20%, impactada, principalmente, pelos clientes que desistiram de comprar o peixe salgado – a alta no preço ficou entre 15% e 20%, dependendo do tipo, por causa da alta do dólar registrada nos últimos meses. “Normalmente, ele (o bacalhau) já fica mais caro nesta época do ano e aumentou ainda mais agora, porém, a procura pelos peixes frescos está maior”, afirmou Reinaldo Messias, superintendente do comércio.

Todos os anos, a auxiliar administrativa andreense Rosângela Alves, 50 anos, compra o bacalhau para ela e a família consumirem na Sexta-feira Santa. “Comprei a parte mais barata (do peixe) e paguei R$ 35,90 o quilo, o que eu realmente queria, de melhor qualidade, não tive condições de comprar porque estava custando pelo menos R$ 120”, relatou. Ela cogitou optar por outros tipos de pescados, no entanto, quando viu a fila no supermercado, preferiu evitar a aglomeração.

O Diário procurou o GPA (Grupo Pão de Açúcar), responsável pelas unidades do Extra e do Pão de Açúcar, e o Grupo BIG, que afirmaram não fazer projeções. O Carrefour e a Apas (Associação Paulista de Supermercados) não retornaram.




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