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Marta Suplicy faz promessas na posse
Por José Afonso Primo
Colunista do Diário
01/01/2001 | 17:54
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  A prefeita de Sao Paulo, Marta Suplicy (PT), tomou posse nesta segunda na Câmara de Vereadores, em solenidade que contou com a presença do governador Mário Covas, e recebeu o cargo das maos de seu antecessor Celso Pitta, no Palácio das Indústrias, sede da prefeitura. Os dois atos se transformaram em festa, mas nao foram marcados pelo comparecimento em massa da militância petista e dos simpatizantes do partido.

A posse na Câmara Municipal começou por volta de 15h30 e a transmissao de cargo no Salao Azul do Palácio das Indústrias se iniciou às 16h15, quando foi lido o termo de transmissao de cargo.

Celso Pitta fez um discurso que durou cerca de 13 minutos e saiu imediatamente após passar o cargo de prefeito para Marta Suplicy, que foi demoradamente aplaudida pelos petistas e aliados presentes ao ato. A prefeita leu um discurso de nove laudas em que destacou, logo na primeira, a má situaçao em que encontra a cidade que vai governar nos próximos quatro anos. "Em oito anos Sao Paulo foi sucateada, a sujeira permeia todos os lugares e a cidade tornou-se a imagem do abandono. Seu povo foi humilhado pela corrupçao, desmoralizado pelo descaso com a educaçao e a saúde, desiludido na sua capacidade de conter a destruiçao de todos os espaços de convívio civilizado", disse.

Marta Suplicy, que nao concedeu entrevista coletiva à imprensa, ressaltou que os problemas com o desemprego foram agravados em Sao Paulo "pelas falcatruas engenhadas para desviar os recursos públicos em benefício de apadrinhados e compadres da verdadeira gangue que tomou conta da cidade". Acrescentou que tudo isso levou à privatizaçao do sistema de saúde "para beneficiar vereadores amigos" e ao loteamento das Administraçoes Regionais "para manter negócios escusos e obras faraônicas" destinadas a fazer caixa.

Ao fazer um diagnóstico dos mais duros da situaçao da prefeitura, Marta Suplicy disse que "a cidade foi destruída no seu amor próprio, seus serviços desestruturados e suas finanças alienadas". Mas conclamou a todos habitantes de Sao Paulo a somar forças para recuperar a cidade. A nova prefeita afirmou que nao haverá vingança contra seus antecessores, mas deixou clara sua intençao de fazer apurar eventuais irregularidades.

Revelando seu estilo de governar, a prefeita já anunciou para esta terça, ao meio-dia, um almoço com 50 moradores de rua de Sao Paulo, no Pátio do Colégio, no Centro da cidade.

Na ocasiao, vai assinar a regulamentaçao do projeto de combate à exclusao social, de autoria da vereadora petista Aldaísa Sposati. E fez uma promessa: "Mais do que um gesto, trata-se de manifestar uma vontade. Tentar que em quatro anos nenhuma criança, nenhum ser humano na nossa cidade esteja passando fome na rua e sem um teto para o acolher".

A prefeita prometeu também que nos próximos 20 dias regulamentará a lei do vereador Arselino Tatto (PT), que institui o Programa de Renda Mínima no município, e que virao depois o "Bolsa-Trabalho", para facilitar o acesso dos jovens ao seu primeiro emprego; "Começar de Novo", dedicado à formaçao profissional das pessoas de mais de 40 anos; e o "Banco do Povo", que fornecerá crédito em pequenas quantias e a juros baixos.




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