Foi só aos 63 anos que Clementina de Jesus foi apresentada como uma das maiores vozes da história do samba. A artista, nascida em Valença, Rio de Janeiro, em 1901, tem seu universo apresentado no Canal Curta! com a exibição do documentário Clementina, na segunda-feira.

A obra, dirigida por Ana Rieper, entrará na grade a partir das 22h20 e conta da saga da artista, que, antes de se consagrar como grande cantora, trabalhou por duas décadas como empregada doméstica. Clementina foi descoberta pelo produtor cultural Hermínio Bello de Carvalho.

O documentário é construído a partir de imagens inéditas e diversos depoimentos e trata de assuntos relacionados à herança cultural dos negros que foram escravizados no Brasil. Vale lembrar que Clementina, neta de escravos, era uma representação desse legado na música, nas habilidades culinárias e em traços de sua religiosidade.

“Ela traz essa memória ancestral de uma maneira muito vigorosa, naquele sentido em que você ouve dos mais velhos, conta para os mais novos, para que os mais novos um dia contem sua história e, assim, você permaneça”, diz o historiador Luiz Antônio Simas, que faz parte do filme.

Além dele, participa Bira de Jesus, neto da artista. Ele ‘leva’ o telespectador para conhecer o local onde a família vivia antes da fama de Clementina. Nomes como Nelson Sargento, Tantinho da Mangueira e Alcione também participam e falam da relação da artista com o samba.