O governo do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), enviou à Câmara projeto de lei que permite que a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) amplie sua atuação para o Ensino Médio. O texto, além de solicitar incremento de atribuições da autarquia, prevê abertura de 186 cargos, sendo a maioria concursados.

A intenção da administração é competir com o mercado particular de ensino. Na visão da gestão tucana, é possível disputar alunos com cursos de qualidade e preços mais baixos. Segundo o líder do governo na Câmara, Tite Campanella (PPS), as mensalidades devem ser de R$ 650 e haverá desconto para moradores de São Caetano – a princípio de 20%.

O projeto, garantem vereadores da base, não tem relação com especulação que surgiu no mês passado sobre possibilidade de encerramento do Ensino Médio municipal. São Caetano dispõe de três colégios nesta faixa escolar: Alcina Dantas Feijão, no bairro Mauá; Arquiteto Oscar Niemeyer, no bairro Osvaldo Cruz; e Professor Vicente Bastos, no Jardim São Caetano. A gestão Auricchio negou qualquer fechamento de unidade.

Apesar da negativa, o Diário apurou que há chance real de a EME (Escola Municipal de Ensino) Professor Vicente Bastos integrar esse plano da USCS. A estrutura seria utilizada pela universidade para oferecer o Ensino Médio particular e os alunos seriam transferidos para os outros dois colégios públicos, esses sem risco de encerramento das atividades por enquanto. O pedido de reenquadramento teria partido da direção da escola.

“A estrutura universitária é bem formada. Mas há ociosidade dos campi (Barcelona, Conceição e Centro) no período diurno. Essa estrutura aberta será ocupada com o Ensino Médio”, disse Tite. “Há 15 dias discutimos sobre formalizar convênio e utilizar professores da rede municipal para este novo modelo da USCS. Usaríamos a estrutura pública para ampliar a atuação (da USCS). Mas isso foi descartado por completo”, emendou o vereador.

Na justificativa do projeto aos parlamentares, Auricchio argumentou que o pedido para ampliação de atuação é para que a USCS “dê continuidade à trajetória de crescimento” e que é necessário passar por mudança institucional.

“O projeto autoriza que a USCS estenda seus serviços para oferecer escola padrão universitário no Ensino Médio. Vai concursar cerca de 170 profissionais da Educação. E não haverá nenhum impacto na rede pública. Quem tem de se preocupar é a rede privada. Às vezes, o aluno se forma no 9º ano e vai para a rede estadual ou rede particular. USCS viu nicho de mercado e oferece serviço. Nada a ver com a boataria que foi colocada”, assegurou o presidente da Câmara, Pio Mielo (MDB).

Entre os cargos que devem ser abertos estão diretor, vice-diretor, coordenador pedagógico e professores (serão 130 vagas, sendo 30 para universitário em estágio supervisionado e 100 de ensinos Médio e Técnico).