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Faltam imóveis para nova classe média na região
Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
18/11/2010 | 07:02
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É quase impossível encontrar imóveis na faixa de R$ 130 mil entre as sete cidades. Esse cenário reflete o crescimento da nova classe média - pessoas com renda domiciliar de R$ 1.115 a R$ R$ 4.807, e que representam hoje 53% da população total do País, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Pessoas com essa faixa de renda acabam tendo a possibilidade de comprar residências neste valor, já que 99% financiam a aquisição. Hoje, a região dispõe, em grande maioria, de imóveis acima dessa faixa - de R$ 200 mil a R$ 250 mil, em média", explica o delegado do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo) da região, Alvarino Lemes.

Sócio-proprietário de uma imobiliária em Mauá, João Batista Ferreira afirma que, por causa da falta de bens entre R$ 130 mil e R$ 150 mil, as vendas caíram, nos últimos 90 dias, cerca de 60%. "Não temos como atender a essa nova demanda. Pessoas com renda familiar de até R$ 4.000 não têm como financiar apartamento de R$ 250 mil, por exemplo", observa Ferreira.

CRESCIMENTO - Mesmo com a falta de imóveis que atendam à nova classe média, o setor imobiliário segue aquecido. A venda de bens novos na cidade de São Paulo, por exemplo, registrou recuperação em setembro, se comparado a agosto, com alta de 70%, segundo a pesquisa mensal do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

De um mês para outro, o volume comercializado saltou de 1.638 unidades para 2.785 imóveis - na cidade paulista.

Ainda seguindo a pesquisa, em setembro, o total de imóveis escoados na região metropolitana de São Paulo foi 23,5% superior a agosto.

Na região não tem sido diferente. "As imobiliárias instaladas no Grande ABC têm mantido crescimento nas vendas de imóveis novos de 6%, em média. Isso é algo positivo, principalmente em se tratando do período em que estamos (fim de ano), que antes era sinônimo de queda nas comercializações", contabiliza Alvarino Lemes.

PREVISÃO - O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, estima terminar o ano com 36 mil unidades vendidas na Capital paulista, enquanto os lançamentos podem atingir de 33 mil a 35 mil unidades, conforme indicam prévias sobre novos produtos.

Empresas concentram lançamentos para clientes de alta renda

O total de imóveis vendidos na Capital paulista entre janeiro e setembro deste ano, 24.605 unidades, indica queda de 1,9% sobre igual período de 2009, quando se observou 25.087 imóveis escoados, segundo o Secovi-SP.

Em setembro, o grande destaque foi o segmento de quatro dormitórios, cujas vendas (908 unidades) superaram o volume lançado (746 unidades). Em termos de área útil, houve comportamento semelhante na cidade de São Paulo: foram vendidos 120 apartamentos com área útil superior a 180 m², ante 56 unidades lançadas.

Para o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, é provável que empreendedores concentrem seus lançamentos no público de renda elevada, já que não conseguem viabilizar unidades residenciais na cidade paulista, de dois dormitórios. (da Redação)

 




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