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Outro olhar

Como terapia, fotógrafo registra imagens de lugares emblemáticos de Santo André

Caroline Manchini
24/08/2018 | 07:00
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Divulgação


 Foi com apenas uma bicicleta, uma câmera fotográfica e um olhar diferenciado – o que é capaz de enxergar arte nos mais simples detalhes –, que o andreense Vinicius Cerchiari, 30 anos, vagou noites pelas ruas de Santo André fotografando lugares emblemáticos da cidade. As imagens, que expressam os sentimentos e a forma inusitada de como o artista enxerga o mundo, viralizou no Facebook e hoje soma 4.600 curtidas e mais de 7.000 compartilhamentos.

Por conta do grande sucesso e recepção positiva do público, Cerchiari foi convidado para expor seu trabalho no Atrium Shopping (Rua Giovanni Battista Pirelli, 155), até 30 de setembro. A mostra, com entrada gratuita, ganhou o nome de Serial City SA e conta com 36 obras. “É algo que nunca imaginei acontecer. Foi tudo muito rápido, mas o sentimento é de orgulho, realização e gratidão”, conta o fotógrafo. “É bom ter seu trabalho reconhecido e, se algum dia, puder ser referência para alguém no universo da arte minha missão na Terra valeu a pena”, acrescenta.

O artista encontrou na fotografia forma de canalizar suas emoções e controlar os conflitos internos. Após enfrentar crise de ansiedade, há 4 anos, buscou, por orientação médica, terapia alternativa. “Como já gostava de arte, resolvi aproveitar o percurso até o trabalho, que fazia a pé, para tirar fotos de insetos e flores. No ano passado migrei para as paisagens”, relembra. Seu primeiro clique, da Travessa Diana, fez sucesso entre amigos e familiares, o que o motivou a registrar mais imagens.

A maioria, tiradas à noite, simboliza grandes lembranças. “Percebi que as fotos eram memórias de quando fui office boy com o meu avô”, rememora. Além da carga sentimental, o que chama atenção é a predominância da cor azul em todos os registros. Alguns internautas e observadores enxergaram um quê de futurismo nas imagens, o que não foi intenção do artista. “A edição foi maneira de pintar a cidade, como se estivesse pincelando uma tela. Acho que fotografias com tons azuis são mais bonitas e esse foi o motivo da escolha. Quis mostrar os lugares de maneira diferente”, explica. Lugares que resgatam recordações para quem mora, morou ou gosta da cidade de Santo André. “É forma de contar histórias e recortar um pedaço do tempo. Quero que essas fotografias ultrapassem fronteiras”, finaliza.




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