Política Titulo R$ 60 mil
Mais um delator revela propina à campanha de Luiz Marinho

Empresário Adir Assad afirma que intermediou R$ 60 mil para empreitada à reeleição do ex-prefeito

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/02/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Montagem/DGABC


O empresário Adir Assad, preso no âmbito da Operação Lava Jato, revelou ter efetuado depósito financeiro para a campanha do ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho (PT) durante o pleito de 2012, quando o petista concorria à reeleição.

Assad comentou sobre pagamentos a Marinho em delação premiada fechada junto ao MPF (Ministério Público Federal), conforme a revista Veja. Assad é o mesmo que afirmou que pagava propina a ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) na época em que o governador de São Paulo era José Serra (PSDB).

O empresário declarou que Everaldo Nascimento, representante da concessionária CCR (que administra a Via Dutra), solicitou que houvesse auxílio financeiro na empreitada política de Marinho. Nascimento teria pedido que dois depósitos fossem efetuados, no valor de R$ 60 mil. Assad confirmou que uma das operações foi efetuada.

Na prestação de contas apresentada por Marinho à Justiça Eleitoral não constam doações oficiais da CCR ou de Assad – à época transferências privadas em campanhas eram permitidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Marinho garantiu não conhecer Everaldo Nascimento e que toda doação foi declarada à Justiça Eleitoral, sendo sua prestação aprovada posteriormente.

O MPF apura também outras duas acusações, de ex-executivos da Odebrecht, de pagamento de vantagens indevidas para a campanha de 2012 de Marinho. Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e Pedro Augusto Ribeiro Novis afirmaram que o petista recebeu, naquela época, R$ 50 mil via doação oficial e outros R$ 550 mil em recursos não contabilizados.

TUCANOS
Assad está preso desde 2016 (já havia sido detido em 2015, mas solto posteriormente) e foi condenado a 13 anos de detenção pelo juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, e a nove anos e dez meses de reclusão pelo juiz Sérgio Moro, que conduz processos da Lava Jato em Curitiba. Ele foi acusado de pagamento de propina, lavagem de dinheiro e organização criminosa por fraudes nos contratos com a Petrobras e a Eletronuclear.

Em agosto de 2017, assinou acordo de delação premiada e, nesta semana, trechos das denúncias feitas pelo empresário vieram a público.

Na terça-feira, foi divulgado depoimento no qual Assad detalha que pagou propina a Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, presidente da Dersa no governo de José Serra. Ele contou que empresas de fachada foram contratadas para obras que nunca foram executadas pela Delta, empreiteira investigada por irregularidades em acordos no Rio de Janeiro. Assad recebia comissão por fornecer notas frias na tentativa de lavar o dinheiro desviado. O esquema teria movimentado R$ 370 milhões. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;