Política Titulo Construção paralisada
Ministério da Cultura dá aval à troca de objeto do Museu do Trabalho

Ministro diz apoiar Fábrica de Cultura no lugar
de obra embargada pela Justiça em São Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/08/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, deu sinal verde na proposta do governo do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), para trocar o objeto do Museu do Trabalho e do Trabalhador para uma Fábrica de Cultura.

Ontem, Leitão e Morando se reuniram, em Brasília. O prefeito apresentou a minuta de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que foi desenhado juntamente com o MPF (Ministério Público Federal) para que a finalidade da obra seja alterada. O ministro se comprometeu a assinar o documento.

“Vamos dar a atenção necessária para encontrar a melhor solução legal e dar continuidade à construção do equipamento cultural. Estamos apoiando a Prefeitura para que se viabilize a implantação da Fábrica de Cultura até o ano que vem”, declarou o ministro, por nota.

Idealizado pelo ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho (PT) e orçado inicialmente em R$ 18 milhões (embora o custo estivesse em R$ 21,68 milhões), o Museu do Trabalho e do Trabalhador virou alvo de operação da PF (Polícia Federal) no fim do ano passado por suspeita de desvio de recursos em sua construção. Desde então, a obra está parada por determinação judicial.

“Vamos virar a página e tirar esse rótulo da corrupção do museu e dar uma finalidade para que a população de São Bernardo possa usufruir”, disse Morando.

A expectativa do prefeito é, caso o TAC seja autorizado pela Justiça Federal, concluir licitação para continuidade das obras em até 120 dias. “Queremos retomar o canteiro entre janeiro e fevereiro”, falou o tucano, que adiantou que haverá rescisão contratual com a Construções e Incorporações CEI, responsável inicial pelo projeto. A ideia é aproveitar recursos já autorizados do Ministério da Cultura e não aportar verba adicional para finalização do empreendimento.

Sá Leitão foi o terceiro ministro da Cultura a analisar o pleito de Morando para troca do objeto do Museu do Trabalhador. Antes, Roberto Freire (PPS) e João Batista de Andrade analisaram a proposta. Freire chegou a admitir a alteração, mas recuou na sequência.

A Fábrica de Cultura é um projeto do governo do Estado que oferece oficinas culturais a público de baixa renda. As unidades estão concentradas na Capital.

Já o Museu do Trabalho e do Trabalhador contaria a história fabril de São Bernardo, mas com destaque à atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), padrinho político de Marinho.


Habeas corpus permite que Buso trabalhe na Assembleia

O TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região concedeu habeas corpus pedido pela defesa do ex-secretário de Obras Alfredo Buso para transformar a prisão preventiva que foi decretada contra ele em medidas cautelares. A decisão favorece também o ex-secretário de Cultura Osvaldo de Oliveira Neto e empreiteiros que chegaram a ser presos no fim do ano passado após a Operação Hefesta, da PF (Polícia Federal), que apontou fraudes na construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador de São Bernardo.

Na prática, o habeas corpus permite que Buso continue trabalhando na Assembleia Legislativa. Na semana passada, munícipe de São Bernardo acionou a Justiça Federal contestando o fato de o ex-secretário atuar em gabinete no Parlamento paulista ao lado do ex-vereador José Cloves (PT), também réu neste caso.

Além disso, os investigados estão liberados do recolhimento noturno e nos fins de semana, mas seguem proibidos de se comunicarem entre si e de comparecerem às empresas e órgãos da administração pública onde os crimes teriam ocorrido.

Buso, Cloves e Neto são réus no episódio do Museu do Trabalho e do Trabalhador, acusados pelo MPF (Ministério Público Federal) de dispensa ilegal de licitações, pagamentos duplicados em serviço e corrupção. Ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT) também responde por esse caso, que tramita na Justiça Federal na cidade. 




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