Pense em um caldeirão cultural, que misture influências mouras, cristãs, ciganas e judaicas. Se a receita parece reunir temperos diferentes demais para um resultado harmonioso, a Andaluzia, região do sul da Espanha, está aí para provar o contrário. Em meio à beleza de catedrais católicas e à magnitude de mesquitas e palácios muçulmanos, é fácil perceber que a porção meridional do país conseguiu reger com maestria as diferentes heranças que recebeu ao longo de sua história milenar.

Desde o início do calendário cristão, a Espanha foi invadida por diferentes povos e, mais tarde, ela própria invadiu outros tantos. A região sul do país, de fácil acesso por terra e mar, foi, provavelmente, a que mais viveu o intercâmbio e a interação decorrentes desse processo. Passeando por museus, visitando monumentos ou apenas caminhando pelas ruazinhas estreitas de suas cidades, é gostoso descobrir que, por todos os lados, a Andaluzia transborda história e tradição.

Principal reduto dos mais conhecidos estereótipos espanhóis, como as touradas e o flamenco, tudo no sul da Espanha é sedutor e envolvente: do som das castanholas ao embate entre o touro e seu algoz; dos sabores da cozinha mediterrânea às formas da arquitetura. As suas oito províncias - Huelva, Cádiz, Málaga, Gibraltar, Sevilha, Córdoba, Granada, Jaén e Almería - concentram atrações as mais variadas. Poucos quilômetros separam, por exemplo, a estação de esqui de Sierra Nevada e os balneários da Costa do Sol; ou a região árida de Almería e a exuberante natureza dos parques nacionais. Há espaço, ainda, para a tranqüila convivência de antiqüíssimas construções e a funcionalidade moderna das principais cidades.

Em um roteiro que pretenda decifrar um pouquinho da complexa alma andaluza, Sevilha, Granada e Córdoba - os principais destinos de turistas estrangeiros - são indispensáveis.