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Delegado acusado pela CPI do Narcotráfico é solto
Por Do Diário do Grande ABC
18/12/1999 | 13:26
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O juiz da Vara da Corregedoria, Paulo Eduardo Sorsi, de Campinas, considerou que nao havia fatos novos que justificassem a prorrogaçao da prisao do delegado Ricardo de Lima, que foi colocado em liberdade neste sábado, depois de ficar detido por um período de 30 dias. O juiz negou também o pedido dos membros da CPI do Narcotráfico para prorrogar a prisao temporária do investigador Antonio Lázaro Constâncio, o "Lazinho", que terminou neste sábado.

O delegado, que estava se recuperando de uma ameaça de enfarte, deixou a Delegacia de Investigaçoes Gerais (DIG) pouco depois da meia-noite. Lima, bastante abatido, evitou comentar a decisao da Justiça, que determinou a sua prisao no mês passado, quando os deputados da Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) estiveram em Campinas para investigar o crime organizado na cidade. "Neste momento, estou pensando somente na minha família", disse.

Lima, que era o responsável pela Delegacia de Investigaçao Sobre Entorpecentes (Dise), quando foram roubados 340 quilos de cocaína do Instituto Médico Legal (IML), foi o primeiro dos suspeitos de integrar o crime organizado na cidade a ser ouvido pelos deputados. O delegado, depois do interrogatório, saiu algemado do fórum, sob aplausos de populares. Entre outros crimes, Lima foi acusado de corrupçao passiva, prevaricaçao e formaçao de quadrilha.

O seu advogado, Miguel Orlando Vulcano, disse neste sábado que vai processar juiz, promotor e os membros da CPI do Narcotráfico, que decidiram pela prisao do seu cliente no dia 17 de novembro. "Nao temos dúvidas que existe coisa errada em Campinas, mas nada justifica prender um delegado ilegalmente e de forma inconstitucional", afirmou.

O advogado questionou a forma que o delegado foi preso. "O meu cliente foi preso logo em seguida ao depoimento, e o juiz nem ouviu a fita para determinar a sua prisao", contestou Vulcano, que irá pedir também uma indenizaçao por danos morais.




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