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Gastos com TI aumentam 4,2%
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
30/03/2004 | 00:09
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  As médias e grandes empresas brasileiras gastaram e investiram 4,9% de seu faturamento líquido em TI (Tecnologia da Informação) no ano passado, o que representa um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior — em 2002, as empresas investiram 4,7% do faturamento em TI. Esses gastos, divididos pelo número de computadores ativos nas empresas, resultaram num custo de US$ 9,2 mil, 8% inferior aos US$ 10 mil de 2002.

Os dados integram a 15ª Pesquisa Administração de Recursos de Informática, realizada pela EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de outubro de 2003 a fevereiro deste ano. O estudo considerou dados de 1,5 mil corporações (de um total de 4 mil questionários enviados), dentre as quais 60% integram a lista das 500 maiores do país.

No segmento bancário, que mais gasta e investe em TI, o porcentual sobre o patrimônio líquido foi de 10,4%, com um CAPT (Custo Anual por Teclado) – índice utilizado pela FGV-EAESP em substituição ao TCO (do inglês, Custo Total de Propriedade), comumente usado pelas empresas – de US$ 22,2 mil.

Este ano, o porcentual de investimento sobre o faturamento líquido nas médias e grandes empresas brasileiras deve voltar a crescer, prevê o coordenador da pesquisa, Fernando Meirelles, seja qual for o comportamento da economia. Ele lembra que, nos últimos 15 anos, o crescimento médio anual foi de 9%, e chegou a 12% em 1999, ano que antecedeu o Bug do Milênio. “Se houver expansão da atividade econômica, o aumento pode chegar a 10%”, afirma.

Meirelles diz que a adoção da plataforma de 64 bits nos próximos dois anos não deve influenciar gastos e investimentos efetuados pelas empresas. “Os ciclos de ruptura de hardware não têm impacto sobre o CAPT, pois não é um gargalo para o processo”, diz.

O número de computadores em uso nas empresas aumentou 4% em 2003, ante um crescimento médio de 26% nos últimos 15 anos. A desaceleração, diz Meirelles, é justificada pela relação entre usuários e PCs no ambiente corporativo, que atualmente é de 1,1, contra três em 1988 – revelando um avanço considerável no nível de informatização. Outro dado que comprova essa tese: 96% dos micros estão em rede nas empresas, ante apenas 5% em 1988.

Segundo o estudo, foram comercializados 4,6 milhões de computadores para os mercados doméstico e corporativo em 2003, com um aumento de 5% sobre as vendas do ano anterior, resultando numa base instalada de 20 milhões de computadores. O crescimento do mercado, no entanto, ficou abaixo da média de 19% anuais verificados nos últimos 15 anos, o já que sinaliza, para Meirelles, estagnação no setor. Este ano, a previsão da FGV-EAESP é de um novo aumento de 5% nas vendas. “Até maio, teremos uma base de 22 milhões de máquinas”, diz.

Meirelles destaca que, em termos de penetração (base ativa sobre o número de habitantes), o Brasil supera a média mundial, que é de 11,4%, contra 10,8%. O índice brasileiro, no entanto, ainda está longe do de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde a penetração chega a 68%.




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