Idealizador do Mutirão, o presidente do sindicato, Luiz Marinho, afirmou que poder público e sociedade devem se unir para "acabar com a autoridade do crime". "A autoridade número 1 não é o Estado, mas o crime. E isso ocorre porque o Estado não está cumprindo o seu papel. É ele que tem a obrigação de dar escola, segurança e garantir o emprego do cidadão", afirmou.

Segundo ele, é preciso dar condições de trabalho à polícia. Não é só aumentar salários, mas ampliar o aparato necessário ao desempenho das funções do policial. "Essas são ações a médio prazo. E, a longo prazo, ações educativas representam o grande desafio do Estado, assim como a garantia do emprego", disse.

Para Marinho, o jovem entra hoje no crime porque não é garantido a ele o direito à educação de forma ampla, ou seja, não basta apenas alfabetizá-lo. Posteriormente, não é oferecido a ele o emprego ou, quando o é, sua remuneração não é suficiente para atender suas necessidades. "Se no tráfico esse jovem ganha R$ 1 mil, não vai querer abandonar o crime para ganhar R$ 200 com um subemprego. É quando o Estado perde esse jovem para o crime."

O objetivo do Mutirão Contra a Violência é discutir todos os pormenores que geram e legitimam a violência. "Vamos abrir espaço para o assunto no dia 14, mas não queremos parar por aí. É preciso dar continuidade, e o envolvimento de toda a sociedade é fator indispensável", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

O Mutirão Contra a Violência vai acontecer a partir das 5h de sexta-feira e só termina no fim da noite – deve envolver mais de 80 mil pessoas. Mais informações no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC: 4128-4200.