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Exportação ampara setor químico do Grande ABC
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
12/07/2005 | 08:05
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As exportações ajudaram a escoar a produção de indústrias químicas do Grande ABC no primeiro semestre deste ano. Por conta de um mercado interno fraco neste ano, muitas companhias da região reprogramaram a atuação comercial e ampliaram o foco no mercado internacional para evitar a queda na atividade. Com isso, algumas empresas tiveram aumento de até 30% no volume exportado nos primeiros seis meses em relação ao mesmo período de 2004.

Foi o caso da Polietilenos União, de Santo André. Segundo o diretor comercial da companhia, Domingos Jafelice, a demanda no mercado interno na primeira metade deste ano apresentou recuo, mas foi possível manter a produção no mesmo nível devido ao aumento nas vendas ao exterior, que, desde o início do ano passado, passaram de cerca de 9 mil para 12 mil toneladas por mês da resina polietileno de baixa densidade (insumo utilizado para a produção de itens em plástico).

A empresa tem uma produção mensal de 60 mil toneladas da resina. Dessa forma, ampliou a participação nas vendas ao exterior, de 15% para cerca de 20% do volume fabricado. Além da América do Sul, a Polietilenos passou a vender também para os países asiáticos, entre os quais China e Índia, por meio de encomendas spot overseas (contratos de curto prazo para o exterior). "Mas, no spot overseas, os preços não são bons e somos penalizados pelo frete."

A Polibrasil, que tem fábrica em Mauá, também buscou alternativas e passou a exportar para países da África e da Ásia neste ano. "Mas ficamos sujeitos ao preço internacional e com menores condições de negociação", afirmou o gerente de comércio exterior, Maurício Lucena.

A companhia é líder nacional no segmento de polipropileno (outra resina destinada à produção de itens de plástico) e tem projeto aprovado de ampliar em 2006 a planta de Mauá, das 300 mil toneladas anuais para 360 mil. A intenção é aproveitar a demanda nacional, que nos últimos anos cresce a uma taxa anual de 9%. O setor ficou abaixo do esperado no primeiro semestre, ao crescer 5%. "O esperado era um crescimento de pelo menos 8%", disse.

A companhia exporta normalmente de 5 mil a 6 mil toneladas ao mês (de 10% a 15% do total vendido), mas em junho o volume deu um salto para 13 mil toneladas, em função do esforço de compensar a fraca procura no país.

Já a Petroquímica União, de Santo André, também se beneficiou do crescimento das exportações. Pelas últimas informações disponíveis, no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2004, a companhia ampliou em 4,5% o volume vendido de itens petroquímicos, que alcançou 387 mil toneladas. A companhia, que não exporta diretamente, mas vende para a segunda geração (como os produtores de resina), informou que o forte ritmo de atividade econômica nos países asiáticos favoreceu o crescimento dos resultados no início do ano.

Os números da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) atestam que as exportações estão ancorando o setor. No acumulado do ano até maio, a produção de toda a indústria química cresceu 8,2% ante o mesmo período de 2004, enquanto o volume exportado cresceu 18,3%.

Segundo a associação, o crescimento percentual da produção do setor deverá ser menor nos próximos meses porque a base de comparação do ano passado (janeiro-maio) é fraca. De acordo com a entidade, o consumo aparente (produção nacional mais importações menos exportações) caiu 1,1%, devido ao mercado interno desaquecido.




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