Política Titulo Crítica de prefeitos
FUABC tem de rever lista de salários, citam prefeitos
Por Junior Carvalho
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
15/02/2017 | 07:00
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Prefeitos das três cidades que mantêm financeiramente a FUABC (Fundação do ABC), os tucanos Paulo Serra (Santo André), Orlando Morando (São Bernardo) e José Auricchio Júnior (São Caetano) defenderam a revisão de cargos e salários da entidade. No domingo, o Diário revelou que o órgão paga supersalários e que os rendimentos de sete diretores da FUABC superavam os vencimentos de cinco dos sete prefeitos da região e, inclusive, o do próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB), de R$ 21.631.

Paulo Serra criticou a existência de altos salários na Fundação e propôs “choque de gestão” na entidade, passando pelo fechamento de vagas de livre nomeação, revisão de contracheques e reestruturação da atuação do órgão. “Defendo o corte de gastos. Mas não só o corte por cortar. A FUABC tem um modelo interessante de gerir a Saúde. Temos de resgatar o espírito de eficiência de gestão que o modelo da Fundação já teve. Eficácia com menor recurso para atingir altos níveis de qualidade. É um bom modelo que foi desvirtuado (por gestões anteriores). Se tornou modelo inchado e ineficaz”, frisou.

O tucano comparou ainda o quadro de salários de diretores da Fundação com os salários de seu secretariado. “Um secretário de Santo André ganha R$ 13 mil por mês. A atual presidente da Fundação (Maria Bernadette Vianna, secretária adjunta de Saúde de Santo André) recebe um terço do que um diretor de lá. Mas a quantidade (de cargos) também tem de ser revista”, completou.

Para Morando, a Fundação precisa passar por medidas de contenção de gastos, assim como todos os demais órgãos públicos. O tucano também encampa a proposta de reduzir cargos e vencimentos da entidade. “Entendo que esse processo de corte de cargos é tão importante quanto reduzir salários. São remunerações incompatíveis com a nossa realidade”, salientou Morando.

Auricchio corroborou com a revisão das funções, mas destacou que o papel e as responsabilidades da FUABC também têm que ser rediscutidos. “A Fundação é um instrumento valiosíssimo, mas que está sendo mal usado. Além dos cortes, precisamos debater sobre a revisão dos contratos, que são desconhecidos, como a compra de medicamentos. Não precisa tirar da mão da FUABC (a gestão da Saúde), mas é necessário que o processo seja mais transparente”, disse.

Sete diretores da FUABC recebem R$ 23.324,70, remuneração essa que supera os salários de Auricchio (R$ 20 mil), Lauro Michels (PV, Diadema, R$ 19.440,47), dos prefeitos de Mauá, Atila Jacomussi (PSB, R$ 18.576,09), Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB, R$ 20.042,34) e de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB, R$ 15.033,87). 




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