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Brasil amplia exportação de veículos desmontados
Por Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
09/02/2011 | 07:16
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Depois da queda dos mercados internacionais em 2009, a indústria automobilística nacional conseguiu melhorar as exportações ao ampliar a venda ao Exterior de maior número de veículos desmontados. Chamados de CKDs, automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus recebem nos países para os quais são enviados componentes locais, tais como pneus, faróis e lubrificantes.

De acordo com levantamento da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), dos 368 mil veículos exportados em 2009, 107,3 mil eram desmontados. Já no ano passado, das 502,6 mil unidades, 264,7 mil foram CKDs - alta superior a 100%.

Nos últimos dois anos, o relatório da Anfavea aponta crescimento mês a mês da produção e exportação dos veículos desmontados. Em janeiro de 2009, foram vendidas ao Exterior 4.100 unidades. Em janeiro de 2010, foram 12,4 mil unidades. No mês passado, atingiram 21,9 mil unidades - crescimento superior a 200% quando comparado ao resultado de janeiro de 2009.

O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, disse que o crescimento das exportações de CKDs ocorreu em razão da necessidades dos mercados locais. "Não é uma nova estratégia da indústria automobilística brasileira. Tivemos de agir de acordo com o que os compradores nos encomendam. Até porque tratam-se de contratos antigos", disse.

Segundo Belini, a negociação para vendas externas duram até três anos. "Da negociação até o abastecimento de produtos e peças, não dá para fazer em tempo menor", afirmou o executivo. "A competição externa é muito forte. Uma vez perdido um mercado, é difícil reconquistá-lo."

Mesmo tendo menor valor em relação ao veículo comercializado completo ao Exterior, a receita com as vendas externas apresentou até o mês passado resultado positivo. Em janeiro de 2011, somou US$ 886,3 milhões contra US$ 749,5 milhões do mesmo período de 2010 - alta de 18,2%.

O resultado obtido em janeiro passado vem no mesmo ritmo dos números obtidos em 2010, quando as vendas externas somaram US$ 12,8 bilhões contra US$ 8,3 bilhões no ano anterior.

Para o fechamento de 2011, no entanto, a Anfavea não crê na continuidade da recuperação - mesmo com o incremento dos CKDs. Em sua projeção para o ano, a entidade estima queda de 3,4% nas vendas externas, passando de 766 mil unidades, em 2010, para 730 mil neste ano.

Só que, em razão do mix de produtos exportados, com maior número de componentes, os ganhos devem ter um pequeno crescimento em 2011 quando comparado a 2010. Para a Anfavea, o valor das exportações somará neste ano US$ 13,1 bilhões contra os US$ 12,9 bilhões do ano passado.

A Anfavea deve concluir em dois meses um amplo estudo em que vai propor ao ao governo federal medidas para melhorar a competitividade do veículo brasileiro, que perde espaço para produtos estrangeiros interna e externamente.

Segundo a entidade, quando comparadas as 502 mil unidades de veículos completos exportados em 2010 com as 660,1 mil importadas, a balança comercial apresentou deficit de 158 mil unidades. "A curva das exportações desce e a das importações sobe. Devemos tomar medidas que melhorem a competitividade, como, por exemplo, reduzir a carga tributária sobre os veículos vendidos ao Exterior", disse Belini.




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