O próprio governo, revelou João Paulo, já chegou à conclusão de que não é possível continuar no ritmo atual de edição de MPs. "Há muitos momentos em que os assuntos não são nem relevantes, nem urgentes e mesmo assim são editadas medidas provisórias. Nesses casos, há um exagero por parte do governo. Mas o governo já está consciente de que deve maneirar", afirmou o presidente da Câmara.
O assunto também foi tema dos debates no plenário na Câmara. Vários deputados apoiaram o posicionamento do presidente João Paulo. Para Rodrigo Maia (RJ), vice-líder do PFL, o excesso de MPs, além de impedir o andamento dos trabalhos, trava a pauta para matérias importantes.
Maia também acredita que o próprio governo já entendeu que o excesso de MPs prejudica a base aliada. "Agora mesmo o governo está tendo essa dificuldade toda para desobstruir a pauta e já entendeu que o encaminhamento de muitas medidas provisórias requer um esforço brutal por parte de sua base. O governo vai, daqui para frente, tomar mais cuidado quando pensar em editar uma, essa é uma questão de ajuste natural do processo político", acrescentou o pefelista.
O deputado Ricardo Barros (PR), vice-líder do PP, também criticou a distorção na edição de medidas provisórias. Ele disse que, além de editar MPs sem urgência ou relevância, o governo, por meio de sua base na Câmara, tem sido intolerante com mudanças no texto das MPs.
O deputado Marcondes Gadelha (PB), vice-líder do PTB, defendeu uma mudança radical na legislação. Para ele, a maioria das propostas encaminhadas por MPs poderiam ser projetos de lei. Ele acredita que, historicamente, os presidentes da República abusam desse instrumento e acabam legislando no lugar do Congresso. Por isso, ele defende que o Congresso Nacional estabeleça novos limites, mais rígidos, para a edição de MPs.
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