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Supermercados investem em tecnologias contra furtos
Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
28/08/2005 | 08:43
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Busca incessante por novas tecnologias. Essa é a forma que os supermercados da região estão encontrando para reduzir as perdas por furtos de clientes e funcionários. O problema já representa 60% do volume perdido em alguns casos e, para reverter a situação, as empresas estão se equipando com modernos sistemas de prevenção.

Segundo Haílton Santos, gerente nacional de vendas da Plastrom Sensormatic, líder brasileira do setor com sede em Barueri, as negociações com o Grande ABC cresceram 30% em relação ao ano passado - número que representa R$ 350 mil na comercialização de novos equipamentos.

Santos diz que este aumento é uma reação do varejo ao crescimento de furtos nos últimos anos. Ele conta que um dos equipamentos mais procurados pelos comerciantes do Grande ABC é o sistema de etiquetas magnéticas. O investimento depende do tamanho do estabelecimento e pode ficar entre R$ 12 mil e R$ 300 mil. Outro equipamento desejado por empresários é o sistema de monitoramento com gravação digital ou com câmera, que transmite as imagens on-line. Os valores ficam entre R$ 8 mil e R$ 20 mil.

A preocupação com segurança aumenta cada vez mais porque os furtos estão avançando sobre o total dos prejuízo das lojas. De acordo com a última pesquisa do Provar (Programa de Administração do Varejo - USP), de dezembro passado, os supermercados tiveram o maior índice de perdas de todo o varejo, cerca de 1,8 bilhão, o que equivale a 2% do faturamento. Deste total, os furtos de funcionários representam 20% e de clientes, 15%.

Para o presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Sussumo Honda, os furtos trazem prejuízos significativos no faturamento dos varejistas. Ele destaca que nos supermercados os produtos levados são justamente os mais caros como bebidas, cigarros, tinturas e produtos de higiene e beleza e que os custos acabam sendo repassados para o consumidor.

Investimento - Os números alarmantes de furtos fizeram com que a Coop (Cooperativa de Consumo), com sede em Santo André e 22 lojas, das quais 16 no Grande ABC, criasse um setor específico para prevenção de perdas. No ano passado, a empresa teve lucro de cerca de R$ 1 bilhão e deste total viu escorrer pelo ralo por volta de R$ 16 milhões. As perdas não-perecíveis (que incluem os furtos) chegaram a 60% deste valor.

Para tentar diminuir o prejuízo, a Coop investiu R$ 3 milhões em novos equipamentos de monitoramento à distância de todas as lojas. O novo sistema começa a funcionar em setembro. Além disso, a empresa gasta cerca de R$ 1 milhão por ano em etiquetas magnéticas e antenas de prevenção.

O gerente financeiro da Coop, Antonio Carlos Cattai, diz que os investimentos são essenciais para evitar os furtos de clientes, quadrilhas especializadas e principalmente dos funcionários.

Alécio Castaldelli, gerente de recursos humanos e segurança da rede Joanin, com oito lojas de médio porte no Grande ABC, confirma que o número de furtos é alto e a maioria é praticado por funcionários. "É um valor muito expressivo e prejudica os resultados finais". Para evitar este tipo de perda, 70% das lojas da rede já contam com sistemas de monitoramento com câmeras.

A rede de supermercados Lourencini, com três lojas em Mauá, também enfrenta problema com furtos. O proprietário José Roberto Lourencini contratou seis seguranças para evitar os roubos e investirá cerca de R$ 12 mil em circuito interno com câmeras digitais em uma nova loja que será inaugurada em setembro.



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