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BB negocia parceria para ampliar presença no crédito habitacional
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12/09/2010 | 07:03
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Para ampliar a presença no crédito habitacional, o Banco do Brasil negocia parcerias com consultorias e imobiliárias para alavancar seu poder de atuação no segmento. O modelo de referência é o do Banco Itaú, que se associou com a primeira imobiliária há mais de dois anos e, recentemente, fechou parceria com outra empresa, voltada para o mercado de imóveis de maior renda.

O vice-presidente de cartões e novos negócios do BB, Paulo Rogério Caffarelli, confirmou que o banco está se movimentando nesse sentido, mas não quis mencionar nomes de potenciais parceiros. Para Caffarelli, essas uniões permitem simplificar a oferta do financiamento. O ideal seria, segundo ele, deixar o funcionamento do segmento semelhante ao que ocorre no ramo de veículos, em que o financiamento é feito em conjunto com a venda do carro na concessionária, em uma operação simples sem a necessidade de ir ao banco.

Ele destacou que, com apenas dois anos de atuação no financiamento habitacional e sem essas parcerias, a instituição estatal passou o HSBC e já é a quinta maior nesse mercado. Agora, a meta é ultrapassar o Bradesco, que hoje ocupa a quarta colocação. "O BB veio para ser um grande player nesse mercado", disse o executivo, destacando ainda que o banco conta com R$ 7 bilhões de recursos (funding) para emprestar no crédito imobiliário.

A instituição já emprestou neste ano R$ 2,1 bilhões e a projeção de Caffarelli é que o volume de crédito imobiliário concedido pelo BB atinja cifra R$ 3 bilhões neste ano.

Além da busca por parcerias com consultorias e corretoras imobiliárias, a estratégia do Banco do Brasil passa também pela atuação conjunta com as construtoras para o financiamento dos próprios empreendimentos. Esse crédito é destinado a quem constrói e não a quem compra o imóvel. Ele disse que a instituição já trabalha com as 16 maiores construtoras do País. Esses contratos têm potencial de, em uma segunda etapa, levar ao BB os clientes finais que comprarão as unidades construídas.

Apesar de demonstrar apetite por crescer no ramo imobiliário, Caffarelli faz questão de ressaltar que o banco não disputa com a Caixa Econômica Federal, instituição financeira estatal líder no crédito habitacional e principal operadora do Minha Casa, Minha Vida, um dos programas prioritários da atual política econômica do governo.

"Nós não concorremos com a Caixa, mas com Bradesco, Santander e Itaú", disse o executivo, salientando que a presença ampla da rede de agências do BB no País facilita o processo de expansão do crédito imobiliário da instituição. Ele informou que no Minha Casa, Minha Vida, o banco deve financiar a construção de 100 mil unidades até o fim de 2011.

Ele destacou que a intenção do governo de avançar no crédito imobiliário é parte de uma estratégia mais ampla de negócios do BB. Isso porque esse produto tem nível de inadimplência muito baixo e é catalisador de fidelização do cliente bancário.

Isso porque, como os contratos são de prazo longo, ao se fechar negócio, o cliente passa a ter relação de muitos anos com o banco, o que permite a oferta de outros produtos que aumentam a rentabilidade da instituição, como seguros, por exemplo.




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