O prefeito de Ribeirão Pires e candidato à reeleição, Saulo Benevides (PMDB), fez ofensiva ontem para tentar frear debandada de aliados na campanha e postulantes a vereador que integram sua coligação, composta por quatro partidos (PTdoB, PSC, PTN e PMDB). O peemedebista compareceu a encontro, à noite, no comitê eleitoral do ex-secretário de Assuntos Estratégicos Koiti Takaki, que concorre por vaga na Câmara pelo PTdoB, e adotou discurso para evitar saída em massa, após surgirem conversas internas sobre migração de pleiteantes por conta do baixo desempenho do nome governista nas pesquisas de intenções de voto nesta reta final da empreitada.

No levantamento do DGABC Pesquisas, publicada no dia 2, Saulo aparece na quarta posição, com apenas 8,3%, atrás de Adler Kiko Teixeira (PSB), Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), e Luiz Carlos Grecco (PRB), nesta sequência. As informações lançadas em grupos de WhatsApp, registradas por pessoas ligadas ao Paço, era indicando a coordenadores e cabos eleitorais paralisação da campanha e dar início a pedido de votos a Dedé, ex-vice-prefeito, fomentando voto útil ao popular-socialista. O peemedebista chegou a cogitar apoio a Dedé antes do pleito, mas não levou a tratativa adiante.

Diante das circunstâncias, candidatos à vereança do arco falaram diretamente a Saulo sobre mudanças de rumo, expondo, inclusive, a dificuldade em pedir votos ao prefeito, que detém 47,5% de rejeição, conforme números da sondagem. Outros estudos, contratados por jornais da cidade, também apontam avaliação negativa do peemedebista, colocando-o na quarta posição, fora do protagonismo da eleição. Com este cenário, o chefe do Executivo procurou, durante a reunião de ontem, amenizar clima de desespero. Cada legenda teria diálogo em separado, mas, antes de finalizar todas as conversas, ele deixou o local e o encontro foi cancelado.

Quando saía do comitê ao lado de Koiti, Saulo reconheceu a perda de aliados, mas descartou possibilidade de desistir da concorrência. “Desistência jamais. Domingo eu estarei nas urnas”, ponderou, atribuindo os comentários a “fofocas” de rivais eleitorais. “Não é só de agora. Isso vem desde o começo da campanha. Infelizmente, os adversários só ficam fazendo boato”, criticou. Em seguida, o peemedebista confirmou que postulantes a cadeiras no Legislativo de sua coligação têm se afastado para outro caminho. “Um candidato a vereador que não está trabalhando para a gente, que não está usando nosso material, isso vejo como normal dentro de campanhas.”

Mesmo considerando “naturais” as saídas informais de aliados, Saulo assegurou que “oficialmente, não haverá liberação de candidatos” para investir em outros prefeituráveis na empreitada. “Teremos reunião com presidentes de partido e um dos motivos é essa questão de liberar. A pessoa (na campanha) apoiar sem você ficar sabendo não tem jeito. Não vou falar que não está ocorrendo, isso acontece. Não dá para controlar, ainda mais na reta final, mas nós vamos até o fim (com a candidatura).”