Política Titulo Cautela e crise
Cautela e crise fazem vereadores recuarem sobre aumento salarial

S.Bernardo e Diadema abandonam proposta
de reajuste próprio; Sto.André também desistirá

Fabio Martins
Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
22/09/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A crise econômica no País e o receio de impopularidade às vésperas da eleição foram os motivos que fizeram com que os vereadores de São Bernardo e Diadema recuassem em definitivo sobre aumentar os próprios salários, em medida válida a partir de 2017.

O acréscimo nos vencimentos parlamentares, que estava sendo discutido nos bastidores, poderia ser votado até a última sessão antes do pleito, marcado para o dia 2 de outubro, para não configurar benefício próprio. Na Câmara são-bernardense, um acordo de lideranças selou pela fixação dos contracheques mensais em R$ 15.031,76.

“Eu tive de chamar todos os vereadores para um diálogo. Essa legislatura precisa atuar para a próxima e foi o que aconteceu. Os parlamentares disseram que não havia possibilidade de votar aumento salarial. Sempre foi uma pauta negativa. Eu vinha alertando aos colegas há muitas sessões e não dava mais para esperar. Não precisou de maioria, foi consenso”, esclareceu o chefe da Câmara de São Bernardo, José Luís Ferrarezi (PT).

Já no Parlamento diademense, os vereadores encerraram debate após o presidente da Casa, José Dourado (PSDB), afirmar que elevação não seria colocada em discussão. O vencimento permanecerá R$ 10.192,10.

O Legislativo de Santo André, que pavimentava articulação para o reajuste, sinalizou ontem abandono no avanço do debate sobre majoração dos contracheques. A remuneração parlamentar em Santo André está em R$ 15.031,76, a mesma paga aos vereadores de São Bernardo.

O chefe da Casa andreense, bispo Ronaldo de Castro (PRB), admitiu que ligou para Zé Dourado, de Diadema, para sondar sobre o “posicionamento” dos demais Parlamentos no Grande ABC. “Eles estavam conversando e não há consenso, assim como aqui.”

O republicano demonstrou defesa pela eventual proposta de acréscimo nos subsídios, mas indicou que não haverá avanço devido ao momento do País. “Embora tenhamos direito por lei (a votar o aumento no salário), não existe consenso. Por isso, muito provavelmente fique no mesmo patamar, principalmente por conta da crise na economia. Impacto (financeiro) para isso tem e, além disso, não elevamos o número de cadeiras para 27 e diminuímos 42 cargos na Câmara”, alegou Ronaldo, ao assegurar que a direção da mesa, diante do reflexo negativo do texto, não vai sequer elaborar matéria para apreciação em plenário. “Não vai ter projeto para ser votado, só para rejeitar. Só vamos comunicar o TCE (Tribunal de Contas do Estado).”

CPI convida Luiz Marinho e convoca dirigentes do Imasf

A CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) em São Bernardo tornou oficial ontem convite ao prefeito Luiz Marinho (PT). A comissão investigativa, que está instaurada desde agosto com objetivo de apurar os problemas financeiros da autarquia, efetivou também a convocação do presidente do Instituto Acqua, Ronaldo Querodia, parceiro do Imasf no gerenciamento administrativo, e do ex-superintendente da autarquia Valdir Miraglia, além da atual responsável, Glória Konno.

Os requerimentos da CPI foram oficializados em reunião após sessão parlamentar e marcaram primeira ação efetiva do bloco, composto por 13 dos 28 parlamentares de São Bernardo. Entretanto, não foram estabelecidos prazos e datas para formalização do convite e das convocações.

Presidente da CPI, o governista José Cloves (PT) deliberou que a formalização dos períodos será discutida somente na próxima reunião, marcada para o dia 5 de outubro, três dias após a eleição municipal.

Na semana passada, o encontro entre os parlamentares foi marcado por ríspida discussão. O oposicionista Pery Cartola (PSDB), autor do pedido de CPI, queria convocação imediata dos envolvidos, mas não obteve êxito. 




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