A Polícia Civil de Ribeirão Pires colheu ontem dois depoimentos sobre o assassinato dos garotos. O mais importante deles foi o do técnico em informática T.R.A., 21 anos, filho do primeiro casamento de Eliane Aparecida Antunes Rodrigues, 35.

O técnico morou com o casal envolvido no crime até janeiro deste ano. No período de convivência, disse que viu por diversas vezes João Alexandre Rodrigues bater em Igor e João Vitor.

As surras ocorriam, geralmente, com cintos e chinelos. O técnico disse que João Alexandre era muito intolerante com os filhos.

A respeito da própria mãe, contou à polícia que nunca presenciou qualquer agressão e que o relacionamento dela com as crianças era normal.

O outro depoimento colhido ontem na delegacia de Ribeirão Pires foi do vigilante V.S., 27, colega de trabalho de João Alexandre. Ambos trabalhavam na mesma função em uma empresa de transporte de São Bernardo.

Policiais informaram que na última sexta-feira, após matar os filhos, João Alexandre teria tomado banho e ido trabalhar como se nada tivesse ocorrido.

Naquele dia, durante o trabalho, S. relatou que o colega trabalhou normalmente e estava bem tranqüilo. Também contou que João Alexandre era um funcionário exemplar e que nunca fez comentários durante o serviço sobre problemas domésticos.

A reconstituição dos assassinatos deve ser feita na sexta-feira, segundo o delegado José Itamar de Souza, responsável pelo caso. O casal acusado do crime não tem obrigação de participar da encenação.