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Coréia paulistana desvendada
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
11/05/2008 | 07:03
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Nada de pensar em coreanos e confundí-los com os moradores da Liberdade ou somá-los a todos os habitantes de olhos puxados no Brasil. A história deles, principalmente em São Paulo, é elucidada no livro A Jovem Coréia, da jornalista Yoo Na Kim (editora Ssua, 1976 págs., preço sugerido R$ 80).

A imigração coreana no Brasil comemora 45 anos em 2008 e tem como referência muito mais do que as simples idéias formuladas quando se pensa nos imigrantes que vivem por aqui. A comunidade representa 84% do pólo de moda do Bom Retiro, um dos mais populares do País. Além de dominarem a região, os coreanos podem ser vistos em bairros como Aclimação e Santana, na Capital. Também são representados pelas multinacionais LG e Samsung.

Yoo Na tem 26 anos, é coreana e desde os 6 anos vive no Brasil. A idéia do livro veio para reunir a falta de informação que os brasileiros tinham de seu povo com a vontade de retratá-los em uma homenagem. "Quando comecei a fazer a pesquisa, percebi que não sabia quase nada. Descobri tantas coisas e passei a admirar mais o meu povo. Muito mais que registros históricos, são histórias de vida e sucesso."

O livro - Com muitas fotos ilustrativas, o livro apresenta, de maneira acessível, informações uteís sobre a cultura coreana implantada no Brasil e a história da própria Coréia, passando pelos contrastes do país marcado por guerras e pela modernidade que tomou conta do seu modo de vida atual.

O mais importante é a história dos que abandonaram seu país de origem para aportar no Brasil. Em 12 de fevereiro de 1963, a data oficial do início da imigração coreana no Brasil, embarcaram 92 pessoas de 17 famílias com o sonho de participar do projeto de aquisição de terras e colonização agrícola, firmado entre os governos dos dois países.

Já estabelecidos, os coreanos deram conta de que a falta de conhecimentos na cultura agrícola, que praticamente não existia em seu país de origem, os fariam sofrer para sobreviver. Muitos acabaram desistindo das plantações e estabeleceram comércios.

Muitos praticavam o bendê, que significa vendedor e representa os coreanos que, porta a porta, ofereciam objetos pessoais vindos da Coréia e roupas confeccionadas no estilo oriental. Daí até a abertura de pequenas oficinas e depois grandes fábricas de roupas, se passaram menos de 45 anos.




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