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Ministros querem ajuda do Exército
Da AJB
04/01/2003 | 16:40
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Em contraste com a crescente escassez de recursos do Exército, que no ano passado levou à dispensa antecipada de 44 mil recrutas, cresce a demanda em relação a essa força por parte dos novos ministros, principalmente na área social. Perguntado a esse respeito, o novo comandante do Exército, Francisco Roberto de Albuquerque, afirmou que as ações da sua força são decorrentes das prioridades do governo. “Nós vamos estudar as nossas possibilidades e vamos apoiá-los (os ministros da área social) dentro do que for possível” disse o comandante.  

O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, afirmou que iria propor ao Exército a utilização de quartéis para a realização de atividades esportivas. Já o ministro extraordinário do Combate à Fome e da Segurança Alimentar, José Graziano, quer a participação do Exército no programa Fome Zero. O ministro da Educação, Cristovam Buarque, também tem a sua proposta: quer o Exército no combate ao analfabetismo. E o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a força poderia ter participação mais efetiva na fiscalização das fronteiras em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O governo do Rio, por sua vez, pede colaboração na área de segurança pública. Sobre a proposta de Agnelo Queiroz, Albuquerque afirmou que é uma questão de negociar.  

“Nós temos de fazer a nossa segurança, mas isso não impede que recebamos a sociedade dentro dos nossos quartéis, como sempre fizemos”, disse Albuquerque, acrescentando que o Exército vai manter suas ações complementares e subsidiárias. Quanto ao Fome Zero, lembrou que o Exército já atua na área de combate à fome no Nordeste, distribuindo alimentos. Nessa região, afirmou que a força também participa da distribuição de água e na área de saúde.  

“Eles (os ministros da área social) vão direcionar essas necessidades para o planejamento deles. Se o Fome Zero é o projeto prioritário, nós estaremos em condições de colaborar.” Sobre a proposta de Bastos, disse que é preciso conversar. “As nossas instituições sempre estiveram à disposição do Brasil, principalmente na área de segurança, que é a nossa principal razão de ser. Não a segurança pública, mas uma outra vertente da segurança.” Um pedido já descartado é o de atuação na área de segurança pública no Rio. “As Forças Armadas têm uma destinação constitucional de defesa da nossa soberania. Não têm função policial. Só poderiam assumir funções internas de acordo com as normas vigentes em situações excepcionais de duração limitada no espaço e no tempo”, disse o ministro da Defesa, José Viegas.




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