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Poupança é melhor opção quando taxa de juros cai
Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
04/11/2011 | 07:29
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Com a queda da taxa básica de juros, a Selic, que está em 11% ao ano, a poupança se torna excelente alternativa para guardar o 13º salário (ou parte dele). Isso porque a rentabilidade da caderneta é fixa (de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial e 6% ao ano). As aplicações em renda fixa, por outro lado, acompanham o movimento da Selic e oferecem ganhos menores quando o Banco Central decide reajustar os juros para baixo. "Além disso, a poupança é líquida de Imposto de Renda e taxas, ao contrário das outras modalidades", comenta o professor de Economia da Universidade Municipal de São Caetano Radamés Barone.

 

COMPARAÇÕES

Enquanto o investidor embolsa a rentabilidade da poupança livre de qualquer desconto, quem investe em outras aplicações precisa fazer contas para identificar onde realmente é vantajoso colocar o dinheiro. Ao considerar o Certificado de Depósito Interbancário, aplicação que reúne títulos da dívida pública, de bancos e empresas privadas, o investidor precisa arcar com o Imposto de Renda. E, quanto mais tempo deixar o dinheiro aplicado menor será o peso do IR. Se o saque for feito em até 180 dias, o investidor paga a alíquota maior de 22,5% sobre os rendimentos; de 181 dias a 360 dias 20,5%; entre 361 e 720 17,5%, e, se o prazo for superior a 721 dias, o tributo é de 15%. O CDB paga de acordo com o Certificado de Depósito Interbancário, índice que acompanha a Selic.

O professor de Análise de Investimento da Fundação Instituto de Administração Bolívar Godinho fez uma simulação. Ao considerar mais uma queda na Selic, de 11% para 10% ao ano, o CDI pode ir para 9,95%. Se isso acontecer, o ganho para o investidor de CDB é ainda menor. Se o certificado escolhido pagar 90% do CDI, o investidor embolsará 0,56% ao mês, já considerando o IR mais alto de 22,5%. Nesse caso, não há cobrança de taxa de administração. Enquanto isso, a poupança entrega rendimento médio de 0,6% ao mês.

Quando além do IR existe taxa de administração, a situação piora. De acordo com Bolívar, para que a aplicação seja vantajosa, a taxa cobrada para aplicar em um fundo DI, por exemplo, deve ser no máximo de 0,61% para prazos de até seis meses e 0,89% para período de até 12 meses. "Mas são sempre superiores a isso", comenta o professor da FIA. A taxa de fundo DI do banco Santander, por exemplo, com aplicação inicial de R$ 100 é de 5% ao ano.

 

Corte na Selic deve chegar a 10%, estima especialista

 

A Selic, que estava em 12,5% ao ano em julho, caiu duas vezes e chegou ao fim de outubro em 11,5%. A previsão é que ela sofra mais quedas. "Na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (que acontece no fim de novembro), o corte deve ser de mais meio porto percentual. É provável que a taxa chegue em 10%" , comenta o professor da FIA Bolívar Godinho.

Se ao fazer as contas o investidor chegar à conclusão de que ganharia mais colocando o dinheiro na poupança, ele deve ficar atento antes de mudar seu investimento para a caderneta por conta do tributo.

Além da alíquota de Imposto de Renda, menor para quem deixa o dinheiro aplicado por prazo maior, há quem se saiu bem com a renda fixa. Quem aplicou em títulos pré-fixados, por achar que a Selic sofreria quedas, se beneficiou com a estratégia. A modalidade permite que o investidor saiba qual será seu ganho com base nas taxas vigentes no momento da aplicação. "Ou seja, quando a taxa caiu, o ganho já estava embutido."




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