Mais do que 11 adversários do outro lado do campo, o Santo André terá pela frente no duelo de amanhã, contra o São Carlos, pelo Paulista da Série A-2, uma das pessoas que mais conhecem o atual elenco, características e deficiências: o ex-técnico Geime Rotta, demitido após queda de rendimento da equipe.CS10.2 Substituído por Ruy Scarpino após a derrota para o Velo Clube (3 a 0), sábado, o treinador disse não guardar mágoa e nem encarar a partida com ares de revanche.

"Não tem nada a ver, não há revanchismo nem nada. Lógico que vou fazer de tudo para vencer, mas é normal, não tenho nada contra o Santo André", afirmou Rotta, que jogou pelo clube por sete anos, tem ainda cinco temporadas como treinador (em quatro passagens, sendo duas pela base e duas no profissional) e pela primeira vez na carreira como técnico enfrentará o Ramalhão.

"Desde 2002 fiz trabalho bonito como treinador. Fui campeão da Copa São Paulo de 2003 e, de lá para cá, o Santo André ressurgiu no futebol brasileiro, onde apareceu com destaque em 1984, quando eu jogava. Ninguém tira minha marca dentro do clube. É minha segunda casa, levo no coração, mas tenho que ver o lado do São Carlos agora e pensamos na classificação, é nosso objetivo", emendou.

Por ser um dos responsáveis pela montagem do time andreense, Rotta sabe bem como preparar sua equipe. "É muito relativo. A mudança de técnico dá motivação aos jogadores, mas sei de tudo sobre o time, os defeitos e tal, mas espero jogo difícil, afinal como sempre falei, Santo André é equipe de tradição. Mas buscaremos o resultado", explicou.

Dos 15 jogadores contratados para a temporada, diversos já haviam jogado com Rotta ou foram indicados pelo treinador, como Jackson, Arthur, Baiano, Butti, Willian César, Fábio Santos e Alemão. O goleiro Gustavo e o volante Juninho, que já faziam parte do elenco, também tinham experiências passadas com ele.

"Tenho muito respeito com a equipe e com os atletas que trabalhei não só no Santo André como em outros clubes, mas agora estou do outro lado e queremos a vitória para encostar no G-8."

No São Carlos, ele diz ter encontrado grupo com característica diferente do andreense. "Cheguei aqui com todo respaldo da diretoria, já conhecia parte do elenco, formado principalmente por jovens, que têm muita qualidade. Vamos trabalhar diante disso."

O primeiro contato com o grupo foi na segunda-feira. Na quarta, venceu o Monte Azul (2 a 0). E no duelo de amanhã, não prevê vida fácil. "O time se movimentou bem e o resultado poderia até ser mais dilatado. Mas contra o Santo André já esperamos algo totalmente diferente", concluiu.

Departamento médico andreense em alta rotatividade

O departamento médico do Santo André segue em alta rotatividade. Se o volante Batata, os meias Rodrigo e Djalma e o atacante Fabrício estão aptos para os trabalhos de preparação física, após o jogo contra o Red Bull, chegaram o volante Juninho e o lateral-direito Lucas Mendes. O primeiro deve ficar pelo menos até o fim da próxima semana, enquanto o segundo será reavaliado hoje para ser liberado.

"O Juninho teve entorse no tornozelo direito, e com certeza está fora deste jogo (contra o São Carlos, amanhã), além do clássico (quarta, diante do São Bernardo). Temos de avaliar a evolução, mas ele deve retornar só no fim da semana que vem", afirmou o fisioterapeuta Alexandre Alcaide. "O Lucas não teve contratura, ruptura ou edema, apenas desconforto na panturrilha direita. Vamos reavaliá-lo amanhã (hoje) para ser liberado ao treino."

Já o volante Butti ainda tem 15 dias no departamento médico com lesão muscular na coxa esquerda, enquanto Sérgio Mota, que fraturou dois dedos do pé esquerdo, tem mais seis semanas no estaleiro.