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Bermelho nega ter cometido fraude
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
11/05/2008 | 07:01
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O reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho, negou todas as acusações contidas no dossiê que aponta fraudes cometidas por ele na presidência da entidade, publicadas há duas semanas pelo Diário. Em uma entrevista exclusiva concedida ontem pela manhã, Bermelho confirmou que esteve no Nordeste do País em viagens a trabalho, mas negou os gastos abusivos com alimentação e as adulterações de notas fiscais para receber reembolsos indevidos.

O reitor atribui a "forças políticas que atuam na Fundação" a responsabilidade por esses documentos fraudados e afirma ter solicitado ao banco extrato e microfilmes de todos os cheques recebidos no período em que essas fraudes ocorreram, entre 2004 e 2005, para confirmar que não recebeu os pagamentos.

Paralelamente, o reitor usa o termo "tranqüilo" para se descrever em relação à investigação criminal da qual ele é o alvo, promovida pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual.

Bermelho afirma que o silêncio sobre todas as denúncias contra ele perdurou até hoje devido a uma orientação recebida do promotor público Airton Grazioli, responsável pela Curadoria de Fundações do Ministério Público e pela auditoria que a Fundação sofreu entre 2004 e o ano passado - cujo resultado foi um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Grazioli não teria explicado o motivo dessa orientação.

Na entrevista (leia os principais trechos na página 3), acompanhada pelo pró-reitor de Administração e Planejamento, Samuel André de Oliveira Neto, uma advogada e um assessor de imprensa da Fundação, Bermelho justifica a viagem ao Maranhão como o complemento de um congresso promovido pela SBPC (Sociedade Brasileira de Pesquisa Científica) em Fortaleza. O motivo seriam tentativas entre o centro universitário e a sociedade para a implementação de um curso para assentados do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), que ainda depende de autorização do Conselho Estadual de Educação para funcionar.

No congresso em Fortaleza, o reitor teria sido informado de assentamentos do MST no Maranhão e no Piauí e partiu para os dois Estados para conhecer os campos. Por isso, passou um mês no Nordeste.

Assim, o reitor nega ter forjado um congresso fictício promovido pela Universidade Federal do Maranhão e nega gastos elevados com transporte e alimentação nesse período.

O reitor comentou ainda o esvaziamento de alguns cursos da Fundação e a ferrenha oposição que vem sofrendo de grupos das faculdades.




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