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Prêmios Nobel de Economia criticam plano econômico de Bush
Da AFP
11/02/2003 | 09:04
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O plano do presidente George W. Bush para reativar a economia americana, baseado em significativas reduções de impostos, não é a melhor abordagem para o problema, avaliaram dez Prêmios Nobel de Economia e outros cerca de 400 economistas em uma declaração divulgada nesta segunda-feira e que é publicada nesta terça pelo jornal The New York Times.

"Nossa economia é fraca e as reduções de impostos lançadas em 2001 pela administração Bush não tiveram o efeito estimulante antecipado", afirmou o Prêmio Nobel de 2001, ex-chefe economista do presidente Bill Clinton (1993-2001) e do Banco Mundial, o americano Joseph Stiglitz. "As novas propostas contêm muito poucas medidas de estímulo a curto prazo", disse. "É necessário um plano que dê dinheiro às pessoas para gastá-lo", acrescentou.

Ao assumir o poder em 2001, Bush lançou um amplo plano de redução de impostos de 1,35 trilhão de dólares em dez anos. O novo plano, divulgado em janeiro passado, prevê US$ 674 bilhões - a maioria em reduções de impostos - também em dez anos.

O principal alvo das críticas é o fim previsto do imposto sobre os dividendos distribuídos pelas empresas aos acionistas, que "não permitirá os investimentos, pelo contrário, vai reduzi-los", disse o Prêmio Nobel 1985, Franco Modigliani.

"Esta proposta vai enriquecer apenas os ricos, porque apenas os ricos têm lucros", acrescentou. "O que é pior, a longo prazo, a proposta pode levar a uma alta das taxas de juros", avaliou. "Estamos num período difícil e não deveríamos agravar a situação, procurando reformar profundamente o sistema fiscal e aumentando ainda mais os déficits", afirmou o Prêmio Nobel 1980, Lawrence Klein.

"A deterioração orçamentária reduzirá a capacidade do governo de financiar a previdência social e os gastos de saúde com os idosos, assim como os investimentos em educação, saúde, infra-estrutura e pesquisa", reforça a declaração. "Além disso, os projetos de redução fiscal vão gerar novas desigualdades de renda", alega a nota.

"Um plano de reaquecimento eficaz deve se basear nos gastos imediatos e temporários, medidas fiscais para aumentar a demanda e estímulos imediatos, mas temporários para o investimento", concluem os economistas.




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