O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), deu retomada ontem ao processo de autorização para liberação de financiamento internacional no valor de US$ 182,7 milhões (R$ 597,43 milhões) para as desapropriações e início dos serviços à Linha 18-Bronze (Djalma Dutra-Tamanduateí), que ligará o Grande ABC ao sistema de Metrô da Capital.

Para o tucano, há possibilidade real de que até o fim do ano o governo estadual possa contrair o empréstimo e destravar início das obras, que se arrastam desde dezembro. Na ocasião, a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), do Ministério do Planejamento, rejeitou pedido da gestão paulista para captação de recursos, o que travou andamento do projeto. A alegação do órgão federal, sob administração de Dilma Rousseff (PT) – hoje afastada pelo processo de impeachment – foi falta de documentos. O Estado negou ausências.

O atual titular da Pasta de Cidades confirmou foco para destravar financiamento após reunir-se com o deputado federal Alex Manente (PPS), que havia obtido o compromisso do presidente interino Michel Temer (PMDB), no dia 6.

O indicativo de que, de fato, a União deve dar andamento ao pedido é que Bruno Araújo nomeou para a Secretaria Nacional de Transportes e Mobilidade Urbana – que irá cuidar efetivamente deste processo – o mestre em Economia José Roberto Generoso, antes assessor da diretoria do Metrô. Ele toma posse na segunda-feira.

“Haverá reunião de trabalho na semana que vem para verificar quais são as razões que retardaram o processo. Já marcamos audiência com o presidente para apresentar o cronograma de trabalho. Acredito que em 60 dias receberá o aval do Tesouro Nacional, e, com isso, ficará pela aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado”, disse o ministro.

O tucano minimizou a decisão do governo petista em negar o pedido ao Estado. “O governo Dilma fez isso em muitos Estados. Ora por razões econômicas ora por políticas. Prefiro encontrar soluções para essa importante obra para o Grande ABC”, alegou Araújo.

Para Alex Manente, a decisão de Temer e a ação do ministro tiram de vez o processo da gaveta. “Irei participar deste processo e agora o objetivo é verificar em que pé está a documentação. Nos reuniremos com o presidente no próximo mês e espero que a tramitação já esteja em fase de conclusão. Na conversa anterior, ele havia assegurado agilidade nesta questão. Já é possível avaliar que o processo chegará ao Senado no segundo semestre”, analisou o parlamentar.