Mas cobram investimentos na melhoria do transporte público para apoiar proposta do Consórcio
Motoristas ouvidos pelo Diário, ontem, se dizem favoráveis à adoção do rodízio de veículos no Grande ABC. O assunto volta à discussão por meio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que realizará pesquisa, ainda sem data definida, para saber a opinião da população sobre o tema.
A equipe do Diário foi às ruas das três principais cidades da região e constatou que para alguns motoristas, se adotado, o rodízio será bem-vindo. Para outros, será prejuízo. O único consenso é que, se aprovado, é fundamental que as sete cidades invistam em outras ações, como ampliação do transporte público para suportar o aumento na demanda.
O diácono Mauro Aldo Facciolongo, 69 anos, acredita que a restrição desafogará o trânsito na região, porém, é apenas medida paliativa, com prazo de validade. Para ele, a "saída seria realizar obras para descongestionar o trânsito e, principalmente, disponibilizar mais ônibus."
O servidor público Carlos Vieira, 50, argumenta que antes de tomar a decisão é preciso que autoridades de trânsito procurem soluções para não atrapalhar a população.
Outra sugestão é que se o sistema entrar em vigor, acompanhe o da Capital, ou seja, funcione de acordo com o dia e placa restrita em São Paulo. O vendedor Argemiro Biurgatti, 73, defende que, adotado, haja esta sincronização para que não ocorra mais transtorno.EM
De acordo com a especialista em transporte urbano e professora de Geografia da Fundação Santo André Flávia Ulian, toda atitude para diminuir o uso do automóvel é elogiável, "desde que seja realizado pacote de medidas para não simplesmente tirar os carros dos condutores e das ruas. É preciso investir pesado no transporte público", argumenta. Questionada sobre a sincronização com o modelo da Capital, ela afirma que seria a melhor saída, já que "os carros que não saem lá, não poderão circular na região".
Quem usa o veículo como instrumento de trabalho não gostou nada da possibilidade de ter que deixar o carro em casa uma vez por semana na garagem.
O comerciante Mario Akiras, 47, é contra a medida, pois acredita que a categoria sofrerá com a restrição. Sem alternativas, o entregador Orfeu Neto, 33, é taxativo: "Ou você espera dar o horário, quando a placa é liberada para circular, ou você compra outro veículo, como fazem em São Paulo."
Para Luiz Garcia, 33 anos, técnico de análises clínicas, quem usa o veículo para trabalho, encontrará dificuldades. "Se aprovado, teremos de levantar uma hora mais cedo, levaremos tempo para chegar ao local e voltar à empresa, não compensa", avalia.
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