Cabo Verde, arquipélago localizado a 445 quilômetros da costa ocidental africana, deixou de ser colônia portuguesa em 1975. Três anos depois, era fundada a Associação Cabo-verdiana do Brasil, localizada em Santo André, onde também se concentra a maior comunidade de imigrantes oriundos de Cabo Verde no País. A colônia tem aproximadamente 600 pessoas - entre nascidos em uma das dez ilhas e descendentes de segunda e terceira gerações. A partir de amanhã, a cidade comemora as três décadas da organização na 1ª Semana Cultural Cabo-verdiana, dentro da programação do Mês da Consciência Negra.

"É uma forma de agradecimento à hospitalidade de Santo André, que nos acolheu tão bem", explica o presidente da Associação, José Augusto do Rosário, 48 anos, morador do Brasil desde os 3.

Estão programadas, até o dia 9, quando o ciclo cultural será fechado com uma festa na sede da Associação, em Utinga, atividades que privilegiam todo tipo de linguagem artística. Da música e da dança, faces mais conhecidas da identidade cultural na região graças à atuação da Associação, sempre presente na agenda andreense, o ciclo vai destacar o artesanato, a literatura e as artes plásticas daquele país, que, 33 anos depois da independência, conseguiu sair do subdesenvolvimento e já faz parte do bloco dos países em desenvolvimento, impulsionado principalmente pelo turismo.

Estão previstos debates, desfiles e exposições, além de shows e apresentações de dança com batida percussiva e movimentos vigorosos (veja programação à página 6). O diferencial é que grande parte das atrações vem diretamente de Cabo Verde, em período já agitado em termos de visitas de artistas de lá.

As cantoras Lura, portuguesa de origem cabo-verdiana, e a cubana Mayra Andrade, também filha de pais oriundos do arquipélago, se apresentaram no Sesc Santo André em fevereiro e outubro de 2007, respectivamente. Em abril , Cesária Évora, o nome mais lembrado quando se fala da música cabo-verdiana, cantou para um Teatro Municipal lotado.

A festa deve receber, além de visitantes do país homenageado, imigrantes de Brasília, Santos, Itajaí, em Santa Catarina, e do Rio, a segunda maior colônia do País. Representantes da primeira associação cabo-verdiana na América Latina, localizada na Argentina, também devem comparecer.