Cabem nos dedos aqueles que discordam que Amarcord é uma das três grandes obras do cineasta italiano. Fecha um ciclo. Depois desse filme, Fellini nada fez com tanta primazia. Assinou trabalhos menores, mas nunca deixou de ter algo a dizer (ou melhor, a ilustrar), mesmo em Casanova de Fellini ou Ginger e Fred. Mas não dá para compará-los a A Doce Vida, Oito e Meio ou Amarcord. Seria covardia.
O diretor sempre discordou que Amarcord fosse autobiográfico. O filme leva a crer nisso, tal a intimidade com que ele conduz pelos corredores das relações e pelos aposentos psicológicos de uma família de Rimini, durante a ascensão de Mussolini nos anos 30; suas idas ao cinema, os mexericos com vizinhos, as expectativas de um vilarejo em sintonia desigual com os fatos da capital. Uma vez Fellini, sempre Fellini.
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