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Filme mostra a fase risível de Napoleão
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
16/02/2003 | 16:46
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Para a dramaturgia, Napoleão Bonaparte (1769-1821) é um personagem e tanto. Sua figura encerra um império, a síntese do poderio bélico capaz de submeter fronteiras européias, e uma estatura atraente para os burladores. Alan Taylor é um dos que se rendeu ao francês em As Novas Roupas do Imperador (2001), filme que estreou em São Paulo na sexta-feira passada e no qual o diretor opta pela burla e pela decadência de Bonaparte.

Taylor fez uma farsa histórica, ambientada no declínio napoleônico. O imperador já havia perdido Waterloo e estava condenado ao exílio, na ilha de Santa Helena – ponto de partida de As Novas Roupas do Imperador.

Por meio de recurso derivado da comédia de Plauto, Napoleão (Ian Holm) topa com um sósia seu, o beberrão Eugene. A semelhança não passa despercebida, a ponto de correligionários do condenado considerarem a hipótese de mandar o quase idêntico Eugene para a prisão e deixar o verdadeiro imperador livre para retomar o poder em Paris. Feita a troca, Napoleão vaga pelas ruas da capital francesa a fim de conseguir simpatizantes e Eugene toma gosto pela fama. Pior, Napoleão se apaixona por uma viúva (Iben Hjejle) quando deveria pensar unicamente em reivindicar a coroa.

O argumento vem de um romance de Simon Leys, que propicia ao cineasta desprezar o Bonaparte operador dos aforismos de Sun Tzu (A Arte da Guerra). Sobra o Napoleão cômico, trágico e reduzido a seus predicados humanos.




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