Os comentários de Putin, feitos durante a entrevista à imprensa no encerramento da cúpula Rússia-União Européia, realizada na véspera em Bruxelas, foram transmitidos pelo canal de televisão TVS e reproduzidos por vários grandes jornais de Moscou e sites internet.

Um jornalista dinamarquês perguntou a Putin por que a Rússia utilizava minas em sua guerra contra os separatistas dessa república do Norte do Cáucaso, exterminando civis chechenos, de acordo com o jornal econômico Kommersant.

"O sr., se não me engano, representa um aliado (da guerra norte-americana contra o terrorismo) e por isso está em perigo", disse Putin ao jornalista, de acordo com uma transcrição publicada pelo jornal Vremya Novostei esta terça-feira.

"Eles (os chechenos) falam de matar os não muçulmanos e se o sr. é cristão, está em perigo. E se fosse ateu, também estaria em perigo", assinalou o presidente russo. "Mesmo que decidisse se tornar muçulmano, também não estaria a salvo, porque o Islã tradicional contradiz as condições e metas que eles (os chechenos) fixam", acrescentou. "Mas se o sr. está disposto a tornar-se um islamita mais radical e a ser circuncidado, eu o convido a Moscou", disse Putin.

"Nós temos especialistas que se ocupam deste problema. E sugiro que o sr. faça essa operação para que nada cresça novamente", adiantou o mandatário.

Putin é conhecido por sua linguagem grosseira, na qual incorpora às vezes expressões utilizadas por criminosos e militares.

Em outubro de 1999, lançou a guerra contra a Chechênia, uma república de maioria muçulmana.