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São Caetano: Prosperidade atrasa e perde pontos
Por Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
27/02/2006 | 08:10
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As crianças espalhadas pelo gramado em frente às arquibancadas não deixaram dúvidas. O Carnaval em São Caetano foi um evento voltado para a família. A festa na noite de sábado trouxe mais de 8 mil pessoas para avenida Guido Aliberti, que prestigiaram as cinco escolas de samba da cidade. Ocorreram alguns imprevistos nos desfiles – como a troca da ordem das escolas –, mas o público não se abateu em instante algum, vibrando nas arquibancadas até o encerramento das batidas da bateria da última agremiação, às 2h.

O desfile começou às 20h30 e antes das 20h as arquibancadas já estavam lotadas. Pouco antes de o início da cerimônia de abertura, uma pancada de chuva quase atrapalhou a festa. Para a sorte das escolas, a chuva não durou nem dois minutos. Uma queima de fogos anunciou a entrada da Imperatriz do bairro Nova Gerti. “Agora é com nós!”, gritou nos microfones o presidente da agremiação, Reinaldo Amaral, levantando as arquibancadas. A modéstia nas fantasias e alegorias não escondiam a jovialidade da agremiação. No entanto, foi uma das apresentações mais animadas. A arquibancada interagia com os foliões da avenida.

Entretanto, a caixa de direção quebrada do segundo carro alegórico da Imperatriz obrigava os componentes da escola a erguerem o carro o tempo todo para tentar colocá-lo no curso certo. Os dois cisnes do carro balançavam e o suspense do cai-não-cai durou o desfile todo. Mas os cisnes não caíram.

Findo o desfile da Imperatriz, a avenida ficou vazia por longo período. O público aguardava o desfile da União da Ilha da Prosperidade. Até que um locutor avisou o público que, por problemas técnicos, a ordem do desfile seria alterada. O “problema técnico” era a ausência da bateria, que não conseguiu chegar a tempo. Segundo a presidente da escola, Cleusa Maria Martins, o motorista do ônibus que trouxe parte da escola deveria voltar ao barracão para pegar o restante dos componentes, mas por falha de comunicação isso não ocorreu. O incidente vai custar à escola a perda de, pelo menos, dez pontos, segundo a Liga Independente das Escolas de Samba da cidade.

Quem entrou na avenida, então, foi a Acadêmicos da Vila Gerti. A bateria foi destaque do início ao fim do desfile da escola. A vibração contagiou a arquibancada e, diferentemente do desfile da Imperatriz, a Acadêmicos fez o recuo da bateria – arrancando aplausos. A rainha da bateria, Andra Mosik, também foi um show a parte. A morena incendiou a arquibancada com seu sambado, seguida pelas princesas e pelo casal mirim.

A platéia nem teve tempo de procurar algo para beber nas barracas atrás da arquibancada após o desfile da Acadêmicos e a Tradição da Ponte já entrou na avenida. Falando sobre o mundo do circo, a escola trouxe mágicos, equilibristas e palhaços para a avenida. Uma ala de fantasias de personagens de desenhos animados e super-heróis foi a sensação do desfile.

Com o fim do desfile da Tradição, entrou, finalmente, a União da Ilha da Prosperidade. Ela trouxe pique novo para o desfile, com enredo sobre desejos e paixões do brasileiro. As passistas iam o tempo todo em direção da arquibancada, o mestre-sala e a porta-bandeira arrancavam aplausos e os integrantes de pista eram pura animação.

A Império da Vila Paula fechou a festa com alegorias imponentes, deixando os destaques a mais de dez metros do chão. A fantasia da bateria era a que mais chamava a atenção. Feita de material dourado, refletia as luzes da avenida, causando efeito especial.

Quando a Império entrou na avenida, já era possível ver alguns espaços vazios na arquibancada. Assim que a última alegoria passou, a platéia se dispersou por completo. Já eram 2h, mas as crianças que ainda estavam na avenida ainda pediam mais.

Apuração

Nesta terça-feira, 10h

Local: Milton Feijão

avenida Walter Thomé, 69, Bairro Olímpico




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