Setecidades Titulo Energia
Grande ABC tem 25 mil
pontos de luz clandestinos

AES Eletropaulo pretende regularizar 5.500 moradias neste
ano; principal dificuldade se dá pela localização das casas

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
09/01/2012 | 07:00
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Aproximadamente 25 mil famílias do Grande ABC ainda precisam recorrer aos chamados gatos para ter energia elétrica em suas residências. São cerca de 100 mil pessoas, sendo a maioria delas concentradas nos quatro maiores municípios da região (Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá), que consomem luz sem pagar. Numa tentativa de reverter o quadro, a AES Eletropaulo projeta regularizar cerca de 5.500 ligações clandestinas ainda neste ano.

De acordo com o gerente de novos mercados da Eletropaulo, José Cavaretti, a principal dificuldade de regularização destas residências se dá por estarem em áreas de mananciais e proteção ambiental. Para a instalação de redes de energia, é necessária liberação do espaço, seja por parte das prefeituras ou órgãos ambientais. "Grande parte desse pessoal está em áreas privadas invadidas, parte de processo de crescimento desordenado observado principalmente nas décadas de 1970 e 1980."

O número de pessoas que não recebem contas de luz no fim do mês é equivalente ao total de habitantes de uma cidade como Ribeirão Pires, por exemplo. Não fossem as regularizações, o total de famílias irregulares seria ainda maior, já que anualmente são observadas até 3.000 novas ligações clandestinas na região, número que corresponde a 10% do valor registrado em toda a área administrada pela Eletropaulo (24 municípios).

No período de 2004 a 2011 foram regularizadas 69.908 ligações clandestinas na região. Há sete anos, havia cerca de 500 mil residências onde consumidores não pagavam nada pelo uso da luz no Grande ABC, segundo dados da Eletropaulo.

Com as regularizações, há redução dos custos das operações da Eletropaulo, mas o gerente de novos mercados não soube quantificar esse montante. Segundo ele, com diminuição da perda comercial - uma das variáveis embutidas no reajuste anual da tarifa - os consumidores é que sentirão no bolso os benefícios.

 

Diadema terá maior número de regularizações

Das 5.500 regularizações previstas pela AES Eletropaulo na região neste ano, investimento de R$ 2,5 milhões, a maior parte (3.000) será feita em Diadema. Moradores dos núcleos Gazuza, Santa Cruz, Jardim Marilene e Vila Nogueira serão beneficiados.

Mauá receberá 600 regularizações, sendo 200 no núcleo Pedro Serode e 400 no Antonio Ambrosio. Enquanto isso, 1.100 moradores do núcleo Santa Cristina, em Santo André passarão a ter de pagar pelo consumo de energia.

Em São Bernardo, as 1.200 regularizações serão concentradas nos núcleos São Pedro, Petrópolis e DER.

 

Tranquilidade - Para moradores de núcleos habitacionais, passar a ter energia elétrica regularizada significa tranquilidade quanto ao risco de acidentes. "É melhor pagar e ter qualidade do que ter prejuízos, como falta de energia e possibilidade de incêndios", comenta a dona de casa e moradora do núlceo DER há 35 anos Gilvaneia Andrade Silva, 35.

Segundo moradores do local, toda vez que chove a fiação dos postes fica em curto-circuito. Nos 30 anos que mora no núcleo, a ajudante de cozinha Maria José do Nascimento, 56, diz já ter presenciado diversos problemas, desde queima de aparelhos elétricos até mortes por choque.




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