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Ameaça de bomba pára Câmara
Por Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
08/02/2006 | 08:28
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A sessão na Câmara de Mauá foi interrompida por quarenta minutos na tarde desta terça após uma ligação anônima anunciar que uma bomba seria detonada no local em 20 minutos. Se desde o início da primeira sessão do ano o clima no plenário já estava fervendo devido aos confrontos entre os grupos políticos rivais, a ameaça tumultuou ainda mais o ambiente e provocou o esvaziamento completo do prédio. Até ser confirmado que tudo não passara de boato, a rua já estava tomada por curiosos e viaturas da Polícia Militar.

Antes da ameaça, por volta das 15h, os vereadores travavam uma batalha verbal em meio ao já barulhento auditório preenchido por manifestantes pró e contra o prefeito Leonel Damo (PV). Sob vaias, aplausos e risadas irônicas, os parlamentares foram surpreendidos quando o presidente da Câmara, Diniz Lopes (PL), interrompeu o barulho para dizer que a telefonista da Casa acabara de receber uma denúncia de bomba no prédio.

Numa marcha acelerada pelo corredor principal da Câmara, a população misturou-se entre os que realmente se preocuparam com a notícia e aqueles que creditaram a denúncia a uma suposta manobra dos vereadores para interromper a acalorada – e quase inaudível – sessão. Justamente no instante em que muitas pessoas já estavam de pé para criticar os parlamentares, principalmente na questão do aumento nas contas de água do município. A Guarda Civil Municipal esvaziou rapidamente o plenário.

“Nesses casos, é preciso esvaziar o prédio para fazer a verificação. A gente sabe que na maioria das vezes é boato, mas não podemos deixar de verificar”, explicou o comandante da Guarda Civil, Tenente Alves. Após checar cada espaço do prédio para ter certeza de que era realmente um boato, os policiais ouviram o depoimento da telefonista que atendeu a ligação-denúncia. Passados quarenta minutos, o local foi liberado.

Lado de fora – Enquanto a Câmara esteve vazia, muitas pessoas aproveitaram a escadaria do prédio como palanque político. Gritos isolados de oposicionistas e simpatizantes do prefeito Leonel Damo confundiam-se com quem estava lá mais pela confusão e teciam piadas sobre a ‘bomba de Mauá’. “Falaram que a bomba é o Chiquinho. Se riscar um fósforo perto dele, explode tudo”, disse uma delas, referindo-se a Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), que ainda luta na Justiça pela possibilidade de disputar a Prefeitura com Damo num eventual segundo turno e nesta terça desfilou pelo plenário entre seus aliados. Os vereadores permaneceram no estacionamento do local debatendo o que já havia sido dito durante a primeira hora de sessão.

Susto – Para a telefonista Sueli Alves Pereira, que foi quem recebeu o telefonema informando sobre a suposta bomba, o nervosismo transformou-se em lágrimas após a confirmação de que não havia nada dentro do prédio. “Eu recebi a ligação e disseram: Vocês têm 20 minutos para deixar o prédio porque vai estourar uma bomba. Imediatamente tentei falar com o plenário por telefone, mas estava ocupado. Então subi para avisar”, explicou Sueli. “Nos meus 16 anos de Câmara, nunca tinha atendido a uma ligação assim”, afirmou a funcionária.




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