O tamanho assusta: o leão-marinho sul-americano (Otaria byronia) macho mede até 2,40 m de comprimento e pesa cerca de 350 kg; a fêmea tem 1,80 m e 150 kg. No entanto, o grandalhão só tem aparência de mau. É dócil e muito inteligente; só fica agressivo ao se sentir ameaçado. A turma que vive no Zoológico de São Paulo também é bem tranquila e recebe treinamento para interagir com os tratadores.

Manter esse corpinho não é moleza. Carnívoro, alimenta-se de peixes, crustáceos e moluscos. No Zoo, a dieta é composta principalmente por sardinha, merluza, manjuba e corvina. O macho adulto devora 14 kg de comida por dia e a fêmea 9 kg.

Esse mamífero marinho vive em áreas próximas a regiões rochosas do Uruguai, Argentina, Chile e Peru. No Brasil, aparece no Sul durante o inverno e a primavera (de julho a dezembro), onde aproveita o litoral para descansar e comer bastante. Há outras espécies que habitam Japão e Austrália.

Tem pescoço longo, envolvido por grossa camada de pelo, que lembra a juba do leão (daí o nome!). É confundido com a foca. No entanto, o leão-marinho tem orelhinhas, enquanto sua prima só tem o orifício auditivo. Embora pesadão, fora da água, move-se com agilidade e rapidez apoiado nos quatro membros, e no mar, usa as nadadeiras da frente como se fossem remos para impulsionar e as traseiras (cada uma tem cinco dedos com unhas) para dar direção.

A gestação varia de 11 a 12 meses. O filhote nasce com cerca de 12 kg e fica um ano ao lado da mãe. Vive, em média, 30 anos. Apesar de a caça ser proibida, o homem representa a maior ameaça, pela ocupação das praias, lixo jogado nos mares e poluição por petróleo.

Outros visitantes

O leão-marinho não é o único visitante que o litoral brasileiro recebe nesta época do ano. Em julho, um filhote da espécie foi encontrado na Praia Grande. Estava bem fraquinho e doente; por isso, foi levado para um centro de reabilitação para se recuperar.

Só neste ano, já chegaram oito ao litoral paulista. Eles habitam originalmente Uruguai, Chile, Argentina e Peru. Em geral, são trazidos pelas correntes marítimas e vêm em busca de alimentos. Mas não são só eles que vêm. No mês passado, o Paraná também recebeu um jovem elefante-marinho com 3,5 m. É raro avistar a espécie no País.

Outro visitante é a baleia-jubarte, que vem para cá entre junho a novembro para acasalar e ter filhotes. Já o pinguim-de-magalhães aparece entre abril e setembro nas praias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Vive na Patagônia e nas Ilhas Malvinas, na Argentina. Durante o inverno no Hemisfério Sul, percorre grandes distâncias atrás de comida.

Muitos pinguins e mamíferos que visitam as praias brasileiras conseguem voltar para o lugar de origem. No entanto, os mais jovens (e menos experientes) e os mais

frágeis acabam parando na praia, cansados, com fome, doentes e machucados. Alguns sobrevivem após tratamento, outros morrem.

O leão-marinho aguarda com ansiedade a hora do rango e atende aos comandos da tratadora. Quando ela pergunta se quer comida, ele balança a cabeça para mostrar que sim. Pede um beijo e ele se aproxima do rosto dela com cuidado; também abre a boca e mostra os dentes.

O maior representante dessa turma é o elefante-marinho. O macho chega a 5 m de comprimento e 5.000 kg; a fêmea atinge 3 m e 800 kg. O tamanho não é a única razão que lhe rendeu o nome, também tem focinho que lembra uma pequena tromba.

Leão-marinho, foca, morsa (com grandes presas), lobo-marinho e elefante-marinho são da família dos pinípedes. Além de mamíferos aquáticos, todos são carnívoros.

Consultoria de Inaiá Sedenho Manoel, bióloga do Zoológico de São Paulo