Cerca de cem pessoas morreram nesta segunda-feira no Iraque vítimas das explosões de várias bombas e em outros ataques que deixaram quase 200 feridos. O pior deles, um duplo atentado com carros-bomba no bairro de Bab Sharki, em pleno centro de Bagdá, deixou pelo menos 88 mortos e aproximadamente 160 feridos.

As explosões ocorreram com alguns segundos de intervalo perto do mercado Haraj, às margens do rio Tigre e provocaram espessas colunas de fumaça na região. Este é o ataque com o maior número de vítimas na capital do Iraque em 2007, menos de uma semana depois do atentado contra a universidade de Mustansiriya que deixou 70 mortos, a maioria estudantes.

As explosões, praticamente simultâneas, foram seguidas de trocas de tiros no distrito que tem população etnicamente mista. O mercado de Haraj vive repleto de vendedores que negociam diariamente produtos eletrônicos, roupas e medicamentos.

Testemunhas que estavam no local do ataque afirmaram que eram tantas vítimas, que muitos corpos tiveram de ser colocados em carrinhos de madeira do próprio mercado. Pelo menos 12 veículos ficaram incendiados.

Horas depois, outras 12 pessoas vieram a falecer e 29 ficaram feridas na explosão de bomba e na queda de um morteiro na cidade de Khales, a 80 quilômetros ao norte de Bagdá, na província de Diyala que está no centro de episódios recorrentes de violência religiosa que causaram milhares de mortos em 2006.

As explosões aconteceram no momento em que os Estados Unidos enviam reforços ao Iraque com o objetivo de enfrentar a violência que afeta o país, principalmente a religiosa.

No domingo, quase 3,2 mil militares americanos chegaram à cidade para apoiar o novo plano de segurança da capital. Esta é a primeira das cinco brigadas – com um total de 17,5 mil soldados – que serão enviadas ao país como parte da nova estratégia anunciada em 11 de janeiro pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para combater a violência religiosa em Bagdá.