Turismo Titulo Ásia
Inusitada China

O maior país da Ásia Oriental e mais populoso do mundo é mistura de tradição e modernidade, oferecendo caixinha de surpresas a cada ponto turístico visitado; guia de brasileira tem dicas importantes para aproveitar melhor a viagem

Por Marcela Munhoz
16/04/2015 | 07:00
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Divulgação


O kit básico que todo turista deve ter – mapa, guia, dicionário – é absolutamente necessário, especialmente quando o destino está do outro lado do planeta. Ir para os países asiáticos sem ter noção alguma do que vai encontrar é arriscar-se demais. Lá tudo é completamente diferente e surpreendente. Pensando em ‘dar uma luz’ para os brasileiros que embarcam para a China, a jornalista gaúcha Janaína Camara da Silveira escreveu China – O Melhor de Pequim e Xangai.

Ela morou no país entre 2007 e 2013 e reuniu no livro dicas preciosas de sobrevivência. “A ideia era fazer algo de brasileiro para brasileiro. Selecionar o que causa mais espanto, curiosidade, as dúvidas frequentes, além de indicar o melhor restaurante e a manicure mais perto”, explica a autora ao Diário, que deixa claro: “Come-se carne de cachorro por lá, mas não é tão comum assim, não é prato típico. Carnes de porco, de pato e de cordeiro são mais consumidas. As principais características são mesmo a comida oleosa e extremamente apimentada, mas é muito boa”, comenta.
Pequim, capital da China, é um dos destinos escolhidos. Foi onde a brasileira morou por sete anos e se apaixonou. No guia, ela explica que a cidade cresceu a partir de anéis viários e de pontos cardeais com a Cidade Proibida ao Centro. Os distritos são subdivididos em bairros e a maior parte das atrações fica em Chaoyang e Dongcheng. Além da Cidade Proibida, não dá para deixar de visitar o Templo do Céu, o Palácio de Verão e Hutongs (zona histórica). Janaína também recomenda dar uma passada no Distrito Artístico 798, nas Tumbas Ming e, com toda a certeza, na Grande Muralha da China. “É indescritível”, diz.

O meio de transporte mais eficiente em Pequim é o metrô. Cada linha tem uma cor e funcionam das 5h às 23h. O único inconveniente é que é preciso passar bolsas e sacolas por um scanner. Caso queira arriscar, existe o riquixás, que são os triciclos típicos chineses. Antes de embarcar, porém, negocie o preço. Uma ou duas horas de passeio podem sair por 100 yuan (ontem a cotação estava R$ 1 para CN¥ 2,047.

Para se hospedar por lá, boa pedida são os hostels, sendo que há alguns simpáticos em Hutongs. A ressalva é não esquecer de pedir quartos para não fumantes e deixar um depósito, equivalente ao número de dias e valor da hospedagem, mesmo que já esteja tudo pago. É o costume, não adianta reclamar. Antes de sair de Pequim, a escritora aconselha o turista a fazer acupuntura e massagem. “São experiências únicas na China”, garante.

DICAS GERAIS
O que todo turista deve saber sobre a China, basicamente, é que se trata de um país muito seguro, salvo os batedores de carteira nos principais pontos turísticos. “A gente se espanta também com o trânsito caótico, com o barulho – tem uma obra a cada esquina – e como os chineses falam alto uns com os outros, parece que estão sempre brigando”, resume. A autora levanta também outro ponto que complica, e muito, a vida dos viajantes: o idioma (mandarim).

“Não estamos acostumados com o som das palavras, que começam e terminam sem a gente saber. Por isso, a dica é sempre levar um papel ou cartão com o endereço do hotel escrito em mandarim. Eles não entendem o nosso alfabeto, não adianta tentar. O bom é que os chineses usam aplicativos e tradutores. Isso ajuda bastante. Além disso, via de regra, é um povo muito cordial e que tenta ajudar os turistas como pode.”

No guia, ela cita os apps: WeChat (reúne tipo de WhatsApp, Instagram e Twitter), Pleco (dicionário inglês-mandarim-inglês), Waygo (reconhece os pratos do menu) e o City Weekend ou City Fu (tem roteiros turísticos em inglês atualizados). A poluição também é uma característica chinesa. Tanto que existe aplicativo (China Air Quality Index) com medições da qualidade do ar. “É necessário investir em máscara facial, de preferência as com proteção conta as PM2.5 (partículas com até 2,5 micrômetros de diâmetro – para aliviar a sensação de mal-estar)”, aconselha Janaína.

XANGAI
A forma mais bacana e interessante de ir de Pequim para Xangai é o trem. São cinco horas de viagem de uma cidade para a outra. O moderno trem é um dos exemplos de como a China cresceu nos últimos anos. “A infra-estrutura de transporte é mais avançada do que qualquer cidade brasileira. Além disso, é um país que aposta em arquitetura para passar a ideia de moderno e possui obras fantásticas. É realmente supervibrante. A cena cultural mais descolada da música, cinema e artes em geral está em Pequim, mas a noite de Xangai é muito boa. Tem mais ocidental por lá do que em Pequim”, explica a autora do guia Janaína Camara.

Misturando o lado moderno (Pudong) e o resgate ao passado (Puxi), Xangai é ótimo passeio. Possui 17 distritos que são cortados por extensas avenidas (dadao). No centro de Puxi, grande parte das ruas do sentido leste-oeste têm nome de cidades chinesas. As que vão do Norte ao Sul, de províncias e regiões do país. Há um túnel, o Bund Sightseeing Tunnel, que é atração turística. Em 600 metros de travessia, o turista tem a sensação de viagem psicodélica por causa das luzes e sons. Não deixe de ir ao The Bund, passear de barco no Rio Huangpu, ver Xangai do alto, visitar o Museu de Xangai, além do Jardim Yu Yuan. A autora do guia também recomenda ir ao Centro de Exibição do Planejamento Urbano de Xangai e, para quem tem mais tempo, ir à Praça do Povo.

Como experiência, Janaína Camara diz que é imperdível é passear na Shanghai Insiders, tipo de moto com poltrona rolante acoplada, ir ao Era – Shanghai Circus World, números de circo praticados por trupe de acrobatas e, claro, fazer massagem nos diversos spas em Xangai. “Viajar para a China vale muito a pena. É um país com vários diferenciais. Lá tem algo diferente, uma cultura muito forte. É perfeita para o tipo de turista curioso e aventureiro”, dá o recado final a autora.

TEM MAIS
COMO IR
Não há voos diretos até a China. Qualquer viagem implica em, ao menos, uma parada. A oferta de rotas é enorme, por isso, a tarifa tem caído nos últimos anos.

QUANDO IR
As estações são muito bem definidas, com verão quente e inverno frio. Na primavera – entre abril e maio – e no outono – entre setembro e outubro – o clima é agradável. Reserve, ao menos, duas semanas para visitar a China.

DINHEIRO
O ideal na China é sempre andar com dinheiro vivo. Há diversos caixas eletrônicos 24 horas. E não se preocupe em dar gorjetas: alguns funcionários podem, inclusive, rejeitar o presente.

DOCUMENTOS
É necessário visto nos consulados da China que ficam em São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. Para o Tibet é necessário permissão especial do Tibet Tourism Board (TTB). A vacinação contra a febre amarela também é obrigatória.

Prepare-se para o choque cultural

Por Raija Camargo
Tanto a China como os outros países orientais compartilham de tradições e filosofias bem diferentes das que regem os ocidentais. Se estes pontos são tão distintos, os costumes e a forma como as pessoas se relacionam também o são. Para mergulhar nesta viagem e enxergar as diversas maneiras de viver, é preciso conhecer algumas regras básicas de convívio no Oriente. “ Os chineses têm a sua lógica, seus trejeitos, que podem divertir, espantar ou irritar, dependendo da situação. A dica é viajar de coração aberto para curtir”, aconselha a autora do guia. Veja algumas curiosidades sobre os países orientais, de forma geral:

>Espetar verticalmente os palitinhos durante as refeições traz mau agouro. Isso lembra os incensos que acendem em homenagem aos mortos;

>Tire os sapatos nos templos, casas de chás ou na casa de alguém. Aliás, na visita, é sempre educado presentear o anfitrião com uma cesta de frutas. Se for de aniversário, acrescente pessegos, que representam a longevidade;

>Na China, no Japão e na Coreia, é normal fazer o maior barulho possível ao sugar a sopa.

>Na Ásia, evite tocar as pessoas na cabeça. Cultural e espiritualmente a cabeça é a parte ‘mais elevada’ do corpo. Portanto também evite se sentar em travesseiros, almofadas ou qualquer objeto que seja destinado a essa parte do corpo.

>Se a cabeça é a parte mais elevada, os pés seriam a parte ''menos elevada'' do corpo. Por isso não toque em nenhuma parte do corpo de outra pessoa com o seu pé. Caso faça isso acidentalmente, se desculpe tocando o braço da pessoa com sua mão e depois tocando em sua própria cabeça;

>Em muitos locais na Ásia você terá que sentar-se no chão, a etiqueta recomenda que não mostre as solas dos pés na direção de ninguém. Não coloque os pés em cadeiras ou mesas enquanto está sentado;

>Não abrace nem beije ao cumprimentar. Asiáticos, em sua maioria, cumprimenta-se com aperto de mãos ou inclinando o corpo;

>Ao atravessar a rua, respeite o sinal de pedestres, mesmo se não houver carros passando. Só com muita organização o trânsito flui bem nesses países populosos. O mesmo vale nas escadas rolantes e calçadas, o fluxo é sempre correto, portanto fique atento. 




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