Política Titulo Palêmica
Marinho defende corte da merenda

Em reunião com promotor, prefeito de São
Bernardo diz que ação obedece estudo técnico

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
21/02/2015 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Passados quase 20 dias da implantação do plano de corte na merenda das escolas da rede municipal de São Bernardo, o prefeito Luiz Marinho (PT) falou pela primeira vez ontem de forma oficial sobre o caso e defendeu a idealização da medida, de autoria da secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT). O petista alegou, em reunião com a Promotoria, que a restrição dos alimentos obedece critério técnico, embasado em números, apontados por nutricionistas, visando diminuir índice de obesidade infantil.

Marinho fez a declaração durante encontro com o promotor de Justiça da Infância e Juventude na Comarca de São Bernardo, Jairo Edward de Luca, que instaurou inquérito civil para apurar o procedimento. Entretanto, o prefeito contradiz ação do próprio Executivo, que vem recuando da medida e voltando a adotar integralmente o serviço de merenda em algumas unidades. Após as escolas do pós-balsa garantirem o retorno da alimentação, o Diário apurou que na Emeb Sandra Cruz Martins de Freitas, no Jardim Nossa Senhora de Fátima, o corte também foi revogado.

COBRANÇA
Um dos principais críticos ao plano e ações da Pasta de Educação, o oposicionista e presidente municipal do PPS, Julinho Fuzari também se reuniu com o integrante do Ministério Público e cobrou informações a respeito do andamento do episódio. O popular-socialista obteve como resposta que, no momento, estão sendo colhidos dados.

Em contrapartida, o parlamentar atacou o fato de o Paço retomar o repasse alimentar somente em algumas escolas, de maneira seletiva. “É um absurdo a Prefeitura adotar essa retomada quieta e só para algumas unidades. Não dá para saber qual critério. Porque se for em razão de serem pertencentes a região periférica não está certo, pois há tantas outras que necessitam igual ou pior. Além do mais, se recuou da decisão, demonstra que foi equívoco. Seria mais fácil reconhecer o erro e explicar”, condenou.

A restrição no serviço de merenda nas escolas da rede municipal começou no dia 5, no retorno das aulas escolares e atingiu 80 mil crianças que estudam na pré-escola e Ensino Fundamental, com estudantes de 5 a 10 anos.

Na ocasião, a administração petista justificou que a medida é readequação e que obedecia estudo técnico, que apontava índice de obesidade infantil, além de registrar casos de desperdício de alimentos em algumas unidades de ensino.

Passados alguns dias do corte, o Executivo recuou da ação e voltou a servir alimentos em sua totalidade na região do pós-balsa, primeira a denunciar plano restritivo.

“Assim que soube encaminhei representação ao MP, pedindo reversão imediata. E especifiquei o pós-balsa. Diante disso, a Promotoria determinou à Secretaria de Educação que naquela região a medida deveria ser revogada”, relembrou Julinho.

Segundo o parlamentar, o objetivo agora é garantir o resgate amplo, destacando que visitou localidades como o Areião, Jardim Alvarenga e bairro Pinheirinho. “Infelizmente nas escolas desses locais a alimentação foi restringida”, disse Julinho, salientando que encaminhou representações específicas das áreas para reverter o procedimento.  




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