Economia Titulo Para melhor
Mudanças mexem
no bolso do brasileiro

Neste ano, cartão de crédito, folha de cheque, Tesouro Direto
e Selic tiveram alterações que prometem melhorar a vida

Por Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
31/12/2011 | 07:30
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Pelo menos quatro mudanças anunciadas neste ano prometem melhorar a vida financeira dos brasileiros em 2012. Cartão de crédito, títulos da dívida pública, cheques e a taxa Selic sofreram alterações. Para usufruir dos benefícios, no entanto, o consumidor deve prestar muita atenção. O pagamento mínimo do cartão de crédito, por exemplo, deve ser 15% do valor da fatura. "Mesmo assim não vale a pena parcelar a dívida, o cartão é um meio de pagamento e não de empréstimo", comenta o professor de Análise de Investimento da Fundação Instituto de Administração, Bolívar Godinho.

Em julho, por exemplo, foram alteradas as datas de compensação dos cheques. São até dois dias úteis para que folhas de valor inferior a R$ 300 sejam creditadas na conta, e um dia útil para aquelas com valor igual ou superior a R$ 300. O prazo era de até quatro dias quando o valor era menor que R$ 300 e dois quando era igual ou superior a R$ 300.

TESOURO DIRETO - O conjunto de medidas anunciadas pelo governo e pela BM&F Bovespa, em outubro, promete estimular a aplicação em títulos do Tesouro Direto, programa que permite a compra dos papéis da dívida pública. A principal iniciativa é a redução do preço mínimo para adquirir o título: o valor cai de R$ 100 para R$ 30, ou seja, será possível investir com pouco. Neste caso, o investidor compra a fração do papel, já que hoje o título pode custar entre R$ 601,39 e R$ 5.008,12 - conforme consulta feita no dia 21. Com as novas regras, o investidor poderá reaplicar o dinheiro embolsado no vencimento do título ou na hora de receber os juros do cupom. A novidade deve entrar em vigor em janeiro.

SELIC - A taxa básica de juros, a Selic, também sofreu diversas mudanças neste ano. De janeiro a julho, passou de 11,25% ao ano para 12,5%. Mas, em agosto, o Conselho de Política Monetária reduziu para 12% e, desde então, a taxa só caiu até chegar a 11% em novembro.

Para Godinho, a taxa deve continuar caindo em 2012, e chegar a pelo menos em 10%. Isso significa que os investimentos com rentabilidade que acompanha a variação da Selic devem ficar menos atrativos, como é o caso dos fundos DI (que aplicam em papéis do governo ou empresas). "O brasileiro terá de poupar mais para ter o mesmo ganho", comenta.

De acordo com Godinho, o recomendado é buscar títulos que acompanham a inflação, que seguirá elevada. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 subiu 0,56% em dezembro comparado a novembro, e fechou o ano em 6,56%, ou seja, ultrapassou o centro da meta, que vai de 4,5% a 6,5%. Diante do cenário, o papel NTN-B, indexado ao IPCA, é boa opção e fundos de renda fixa, com taxa de até 1% ao ano, também aparecem nas recomendações do especialista.

CARTÃO DE CRÉDITO - Desde 1° de junho, as novas regras começaram a valer para o cartão de crédito. A mudança é obrigatória para as tarjetas que foram emitidas a partir do dia 1º de junho. Com a alteração, só podem ser cobradas cinco taxas de quem usa o serviço: anuidade; emissão de segunda via; retirada em dinheiro na função saque; uso do cartão para pagamento de contas e pedido de avaliação emergencial do limite de crédito. Para quem já tem o cartão ou adquiriu um até o dia 31 de maio, as novas tarifas começam a valer só em junho.

Além disso, o pagamento mensal da fatura não poderá ser inferior a 15% do seu valor total. Antes, a média usada pelos bancos era de 10%, mas não era regulamentada.




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