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Ford pede a Lula devolução dos créditos de ICMS
06/04/2006 | 00:00
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O presidente da Ford América do Sul, Antonio Maciel Neto, sugeriu quarta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a devolução dos créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), obtidos na exportação, como medida para amenizar a perda de contratos externos registrada por causa da valorização do real frente ao dólar. A Ford deve reduzir entre 5% e 10% as exportações. A Volkswagen, maior exportadora do setor automobilístico, reviu projeções e pode assistir a queda superior aos 20% projetados no ano passado. Maciel informou que, só do modelo Ka, produzido em São Bernardo, as vendas devem baixar de 25 mil para 5 mil unidades. Os resultados não serão piores porque a demanda pelos modelos EcoSport, Fiesta e caminhões continua aquecida. Em 2005, a Ford exportou US$ 1,4 bilhão. "O presidente Lula ficou de discutir, junto com governos estaduais, uma forma de agilizar a devolução do ICMS", disse Maciel.

Promessa semelhante havia sido feita em dezembro pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Algumas montadoras já foram beneficiadas por programa do governo de São Paulo que libera crédito para novos projetos. No ano passado, a Ford recebeu R$ 347 milhões de créditos antigos para investimentos na fábrica do Grande ABC, onde vai produzir um novo carro em 2007, e para a unidade de motores em Taubaté. "Já temos novos créditos acumulados", afirmou Maciel, sem revelar valores.

Ele lembrou que a retenção do crédito, que deveria ser devolvido anualmente, afeta empresas de todos os setores que podem ter de repassar a dívida ao custo dos produtos. O valor retido entre governos federal e estaduais pode passar de R$ 3 bilhões, segundo cálculos do mercado. A devolução do ICMS recolhido na compra de peças e insumos de produtos para exportação é prevista em lei. "Como achamos que dificilmente haverá mudança cambial no curto prazo, a devolução do crédito pode ajudar a compensar perdas na exportação", disse Maciel.

No fim do ano passado, a Volkswagen previa queda de 20% nas exportações, que somaram US$ 1,9 bilhão. A expectativa era de que os mercados mais afetados seriam os da América do Sul, por causa do reajuste de preços. Por outro lado, havia plano de ampliar as vendas do Fox para a Europa, para 112 mil unidades. Nesta semana, a Volks afirmou que a meta não será atingida pois as encomendas dos europeus também caíram depois que o preço do carro, feito só no Brasil, foi reajustado.




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