Política Titulo Contra o PT
Rede pede mudança e se aproxima de Aécio

Aliados de Marina avaliam documento pró-tucano; ontem, PSB, PV e PSC aderiram ao opositor

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/10/2014 | 07:00
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Estadão Conteúdo


A direção nacional da Rede Sustentabilidade, partido que a terceira colocada na corrida presidencial, Marina Silva, tenta criar, formatou documento no qual pede “mudanças” na condução do País, se opõe à política do PT de Dilma Rousseff e se aproxima da candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.

Na noite de ontem, dirigentes da Rede organizaram reunião virtual para colher sugestões de adeptos de várias partes do País. Até o fechamento desta edição, a diretriz de segundo turno não havia sido aprovada, mas já possuía a simpatia da maioria dos marineiros. Ratificado, o documento abre caminho para que Marina se engaje na campanha do tucano.

Marina recebeu 22 milhões de votos no domingo. Em seu discurso reconhecendo a derrota, já havia sinalizado aproximação com Aécio ao adotar fala de mudança ao Brasil.

Ontem, a executiva nacional do PSB aprovou apoio à candidatura de Aécio à Presidência da República. A adesão ao projeto foi defendida por 21 dos 29 componentes do alto escalão socialista, em reunião em Brasília.

A decisão do PSB foi o quarto reforço à empreitada de Aécio. À tarde, o PV, do presidenciável Eduardo Jorge, e o PSC, do candidato Pastor Everaldo, haviam declarado que caminhariam ao lado do senador mineiro no segundo turno. Anteontem, o PPS, que estava no arco de alianças de Marina Silva (PSB), anunciou migração para o projeto do PSDB.

Com a ida da executiva do PSB à campanha de Aécio, aumentaram as chances de Marina desembarcar no palanque de Aécio, formalizando assim discurso antiPT da presidente Dilma Rousseff. O posicionamento da ex-senadora petista deve ser externado hoje.

A adesão do PSB à campanha de Aécio já era esperada, principalmente por declarações de Beto Albuquerque, candidato a vice na chapa de Marina, e do vice-governador eleito de São Paulo, Márcio França. Havia, inclusive, pacto extraoficial entre Aécio e Eduardo Campos, ex-presidenciável do PSB morto em agosto.

Em rápido pronunciamento na noite de ontem, após decisão da executiva nacional socialista, Aécio afirmou que seguiria o “legado” de Eduardo. “Tenho a responsabilidade, no limite das minhas forças, de levar ao País o legado de Eduardo Campos. Sou a partir deste instante o candidato das mudanças verdadeiras”, disse o tucano, emendando o slogan de campanha de Eduardo: “Não vamos desistir do Brasil”. (com Estadão Conteúdo)

‘Nordeste é desafio’, opina Morando

Deputado estadual reeleito com 237 mil votos, Orlando Morando (PSDB) esteve ontem à tarde em reunião da executiva nacional tucana para traçar estratégias no segundo turno para o presidenciável Aécio Neves (PSDB) e revelou que o tom do encontro foi buscar formas de dissipar o poder do PT no Nordeste. “Lá é o grande desafio”, reconheceu.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, recebeu quase 60% dos votos na região, contra cerca de 15% do tucano. Na corrida presidencial de 2010, o triunfo no Nordeste foi decisivo para Dilma vencer José Serra, então postulante do PSDB à Presidência, no segundo turno.

Morando lembrou que o PSDB terá candidato no segundo turno na Paraíba, caso de Cássio Cunha Lima, e que isso traz “sinergia” entre o projeto de Aécio no Nordeste e o eleitorado local. “A campanha fica mais forte. Não sonhamos golear no Nordeste, mas creio que o Aécio vença naquela região. Além disso, o apoio da Marina (Silva, do PSB) pode fortalecer ainda mais (a empreitada no Nordeste)”, avaliou o deputado estadual com base eleitoral em São Bernardo.

A reunião mobilizou lideranças tucanas de todo o País, entre elas o governador Geraldo Alckmin, reeleito no primeiro turno em São Paulo, e o senador eleito José Serra.




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