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Clima de velório toma conta do Azulão após rebaixamento

Clube vive dia de frustração e reclamações depois de ter decretada queda à Série D do Brasileiro; torcedores lamentam falta de incentivo

Por Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
01/10/2014 | 07:00
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Um dia após ter confirmado o rebaixamento à Série D do Campeonato Brasileiro, o clima no São Caetano era de velório. Enquanto o presidente Nairo Ferreira de Souza não quis falar com a imprensa, os funcionários que trabalhavam no clube tentavam entender o que aconteceu com o time sensação do início dos anos 2000 e que a partir da próxima temporada vai disputar a última divisão do futebol nacional.

Um deles, que pediu para não ser identificado, preferiu reclamar da postura do Guarani, que venceu o Caxias no Sul, segunda, e eliminou qualquer possibilidade de o Azulão permanecer na Série C, do que apontar os erros do São Caetano. “Esse Guarani só ganha quando não deve, timinho f...”, resmungou.

Entre os torcedores, um dos poucos que se aventuraram a frequentar o clube no dia seguinte foi o técnico em eletrônica José Odair Feltrin, 62, que não poupou críticas às autoridades da cidade por causa do momento ruim do clube. “O São Caetano vem caindo nos últimos anos por causa da falta de incentivo. A Prefeitura investe em todos os esportes, menos no futebol. Quando era o (Luiz Olinto) Tortorello (ex-prefeito da cidade), ele mesmo ia dentro do ônibus, torcendo pelo time, participava até das contratações, era diferente. Falta apoio, falta patrocínio forte”, criticou.

O torcedor também salientou que dificilmente o clube poderá se reerguer nos próximos anos. “Acho muito difícil voltar a ser o que era. Está muito desorganizado. Hoje em dia, a gente vai aos jogos, pede uma camisa e o atleta não pode dar porque não tem reposição. E eles não sabem sequer se vão receber salário. O clube precisa se manter sozinho. A Prefeitura não ajuda, mas é o nome da cidade que está indo para o buraco”, afirmou.

O meia Rômulo Ramos, 20, que integra o time sub-20 do Azulão, estava reunido com colegas de elenco quando foi questionado sobre o momento ruim do time profissional. Ele acredita que o clube tem força para mudar o panorama atual. “A tradição e a base do São Caetano podem fazer a diferença na próxima temporada”, disse.

Ex-prefeito Auricchio está receoso com futuro do clube

Ex-prefeito da cidade em dois mandatos (2004 a 2008 e 2009 a 2012), José Auricchio Júnior (PTB), que ocupa o cargo de secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado, evitou apontar culpados pelo rebaixamento do São Caetano. Mas lamentou a fase ruim do clube.

“Tenho carinho enorme pelo clube, fui médico da AD, e vejo este momento com tristeza. Chegou ao fundo do poço. Mas agora não adianta dizer quem errou. Precisamos tirar o time desta situação”, analisou ele.

As críticas de que o time não teve apoio da Prefeitura em seu mandato foram rebatidas por Auricchio, que ressaltou o fato de ter cedido terreno à construção do centro de treinamento, na Avenida Guido Aliberti.

E o ex-prefeito mostrou preocupação com a saída do presidente Nairo Ferreira de Souza, que pode deixar o clube em 2016. “O Nairo tem série de serviços prestados. O problema é trazer alguém apaixonado, mas que pode trocar razão por emoção”, advertiu.




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