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Químicos da CUT discutem aumento com Ceag-10
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
29/10/2004 | 09:39
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Os trabalhadores da indústria química ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) vão discutir nesta sexta o reajuste salarial com o sindicato patronal da categoria, o Ceag-10. Os químicos consideram a negociação desta sexta decisiva para a campanha salarial deste ano. Se o resultado for negativo - uma proposta de reajuste distante dos 17,26% pedidos pela categoria -, a CNQ (Confederação Nacional dos Químicos) pode iniciar uma série de paralisações no Estado de São Paulo.

No Grande ABC, já foram entregues 100 avisos de greve, segundo o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage. A medida seria um "aviso" para que as empresas pressionem seu sindicato patronal.

"Isso até gerou certo mal-estar nas negociações, mas foi necessário para mostrarmos que nossa categoria está unida em torno da pauta trabalhista e que estamos mobilizados o suficiente para iniciar greves", afirmou.

Além do reajuste salarial, serão discutidas outras cláusulas econômicas, especialmente a questão das horas extras. "Esse é um dos pontos principais de nossa campanha e terá de ser contemplado tanto quanto o reajuste", afirmou.

O sindicalista afirmou que haverá uma assembléia na próxima sexta-feira para discutir a proposta do Ceag-10 e definir possíveis paralisações. "É o tempo necessário para chegarmos a um posicionamento definitivo sobre a pauta", afirmou.

Metalúrgicos - A Força Sindical optou por não realizar paralisações nesta quinta no Grande ABC entre metalúrgicos dos grupos 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros) e 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros).

A categoria aguarda para esta sexta a formalização da proposta do Grupo 9, de recomposição salarial de 12 meses pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais aumento real de 4%. A proposta do Grupo 10, de 8% de reajuste, foi rejeitada.

A estratégia que será seguida pelos sindicatos da Força no Grande ABC será a de acordos diretos com empresas. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano já fechou quatro acordos, e o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André dará início às negociações diretas nesta sexta.

"Essa é a saída encontrada por nós, pois não podemos deixar esses trabalhadores sem reajuste. É uma maneira também de pressionar o sindicato patronal a conceder o que pedimos", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Firmino, o Martinha.

No Estado de São Paulo, a Força Sindical já fechou 105 acordos diretos com empresas, beneficiando cerca de 20 mil trabalhadores. No Grande ABC existem cerca de 18 mil trabalhadores nos grupos 9, 10 e Fundição - que também está em negociação.




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