A indefinição eleitoral do vice-prefeito de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), faz com que os governistas quebrem a cabeça para definir estratégias de campanha, independentemente do julgamento feito pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo).

Coordenador da campanha popular-socialista, o prefeito Clóvis Volpi (PV) admite que já tem dois planejamentos prontos: um para derrota e outro para vitória. O indicado da administração aguarda o julgamento do recurso ao indeferimento da candidatura.

No dia 25 de julho, a Justiça Eleitoral de Ribeirão indeferiu o registro do governista, pois entendeu que Dedé está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, após ter sido condenado por abuso de poder econômico nas eleições de 2004. A pena prevista para o crime era de três anos de inelegibilidade, mas, após a legislação aprovada em 2010, o prazo subiu para oito anos. A defesa reitera que se indeferido, o popular-socialista pagará duas vezes pelo mesmo erro, pois já cumpriu punição entre 2005 e 2007.

Volpi acredita que, se os juízes do tribunal deferirem a candidatura de Dedé, ele será considerado vítima - a ação judicial é de autoria da coligação Mudar para Melhor, liderada por Saulo Benevides (PMDB). "O Dedé está aguardando a solução do problema. É igual provocar um touro e deixá-lo preso. Quando solta, ele fica louco. Será assim", prevê o verde.

Porém, o otimismo na vitória se opõe quando a segunda estratégia aparece. Volpi afirma que, se o governista for derrotado, o trabalho da base aliada precisará ser rápido, a começar pela escolha do substituto, que deve sair 72 horas após o julgamento. Depois da definição, começa o que o prefeito chama de "campanha de 45 dias". O verde mantém o mistério sobre o trabalho, mas nos bastidores comenta-se que a injeção de dinheiro será a principal arma do grupo governista para alavancar o novo candidato.

O problema é que, antes de colocar em prática o planejamento da derrota, Volpi precisa resolver a situação com Dedé, pois o popular-socialista insiste em recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), caso perca no TRE, para se manter na disputa.

Congelada - Deixando o futuro de lado, o fato é que a campanha de Dedé está paralisada há dez dias, desde que a liminar para obter o deferimento foi negado pelo tribunal. As caminhadas foram suspensas e a agenda de candidato está baseada em reuniões com pleiteantes à Câmara.