Confiante, falastrão, pé quente e artilheiro. Esses adjetivos servem muito bem para descrever Jorge Preá, atacante de 24 anos que chegou ao Palmeiras em janeiro e que na última quarta-feira marcou seu primeiro gol com a camisa palmeirense, na suada vitória de 1 a 0 sobre a Portuguesa, no Palestra Itália.

Um gol como esse poderia fazer a maioria dos jogadores já sonhar com a posição de titular. Mas não Jorge Preá. O atacante sabe que ainda precisa trabalhar muito para brigar por uma vaga no estrelado time do técnico Vanderlei Luxemburgo.

“Estou indo pelas beiradas. Sou a quinta opção para o ataque, não tenho vergonha de falar isso”, admitiu.

Na frente de Jorge Preá na preferência do treinador estão Alex Mineiro, Kléber (suspenso até o fim da primeira fase do Paulistão), Denílson e Lenny. Mas no jogo de quarta-feira ele entrou no segundo tempo, no lugar de Alex Mineiro.

E teve a sorte de ver a bola pingando à sua frente, aos 48 minutos. Sorte? “É trabalho forte”, garante.

Jorge Preá deixou o Palestra Itália já no início da madrugada de quinta-feira, com um sorriso no rosto. Chegou ao seu apartamento no bairro de Perdizes com a namorada Ingrid e encontrou Kayke (filho da namorada, de um relacionamento anterior), de quatro anos, ainda acordado – os gêmeos Henry e Elloah, de sete meses –, estavam dormindo.

“Ele [Kayke] falou que me viu na tevê fazendo o gol”, contou o atacante, que demorou para pegar no sono. “Vi umas 20 vezes aquele lance. Só fui dormir às 5h30.”

Paulistano criado no bairro da Casa Verde, zona norte de São Paulo, Jorge ganhou o apelido de Preá quando tinha 10 anos. Um amigo disse que ele corria igual a um preá (pequeno roedor) e, mesmo a contragosto, o apelido ficou.